(Casa de um dos
camponeses).
Primeiro camponês: Perto dos
fornos à entrada do bosque, entre as bifurcações que contornam os
primeiros limoeiros. Estava a dormir.
Segundo: Estava de costas
voltadas?
Primeiro: Havia qualquer
coisa.
Segundo: Por razões que
desconhecemos.
Primeiro: As sombras não se
mexem. Ficam estendidas à espera.
Segundo: O balde. Onde é que
está o balde? Deixei-o lá.
Primeiro: Mal me consegui
mexer. As pernas eram caniços a partir.
Segundo. Lembrei-me de um
trilho. Um caminho secreto.
Primeiro: Afastei-me, não
fosse acordar.
Segundo: Se tivesse voltado
a cabeça, teria sido pior.
Primeiro: Era dar-lhe
importância.
Segundo: A mim enganou-me de
tal forma que julguei tratar-se de um homem. Um homem uma ova. Mas era
parecido com um de nós.
Primeiro: Tinha a tromba
cheia de sangue.
Segundo: Não é monstro
nenhum.
Primeiro: Como assim?
Segundo: É um homem.
Primeiro: Um homem? No seu
perfeito juízo.
Segundo: Morto.
Primeiro: Morto? Não tinha
pensado nisso. Ainda bem. Mas como sabe?
Segundo: É o isco perfeito.
Primeiro: Mas ninguém se
aproxima de um homem sabendo que está morto.
Segundo: Bem, vamos chamar
os outros. |