( Sótão da casa de Eduardo na vila)
Eduardo:
Toma, tens aqui as cópias. ( Entregando-lhe um molho de papéis).
Se me acontecer alguma coisa já sabes. E não digas que há outra forma de
fazer as coisas. Se queremos dinheiro é assim que devemos proceder.
Tenho de o surpreender antes que possa pensar.
Baleia: Não te acontece nada se
disseres o que uma certa pessoa, que sou eu, tem na sua posse.
Eduardo: Vou levar estas provas e
chega. Não me vai fazer mal.
Baleia: Nunca se sabe.
Eduardo:
Sim, em último caso digo-lhe isso. Mas é como te digo: vai ficar
assustado quando vir que não é mentira. Quando chegar á conclusão de que
aquilo que lhe tenho dito a respeito das provas que o incriminam é
verdade. É só aparecer por lá no momento exacto...quando estiver
sozinho...e aguardar...
Baleia: Subornaste o porteiro?
Eduardo:
Tudo tratado. Vai deixar o portão da lavandaria aberto. Depois é só
meter-me num dos contentores que é depois deixado nas salas de costura.
E depois trato do resto. Subo até ao primeiro piso sem problemas uma vez
que o bom do porteiro chamou os guardas... e enquanto este lhes diz que
o intruso já foi à vida, tenho uma conversa com o senhor Ualt.
Mostro-lhe as provas, e depois temos o cheque.
Baleia: E se não fizer isso?
Eduardo:
Digo-lhe o que uma certa pessoa tem. Mas não acho que o fará. Para ele
eu não serei mais do que um idiota a fazer o que está certo. Mas direi
que ficará muito surpreendido quando me ouvir a exigir aquele dinheiro
todo.
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