FRANCISCO COIMBRA
Francisco Coimbra (Portugal). Professor do grupo 320 (Matemática e Ciências da Natureza) do ensino preparatório, efetivo nos Açores desde 1998.
Sentido gótico
Mesmo sem fazer sentido criticar a nossa única personagem, mostrar a sua falta de sentido parece-me fazer todo o sentido. Um sentido “gótico” dá-me no goto, gosto. Fica, gosto e gosto (a palavra, suas duas pronúncias).
Vou deixar de escrever de mês a mês, passarei a diário, fazendo uma espécie de Diário que será interrompido ou cor_rompido caso obtenha resposta.
Pronto, a crítica que não fazia sentido, agora acabou de vez com o que dele sentido pudesse existir. Fica como inexistência o sentido, o sentimento, o acto… a atualidade transforma-se naquilo que para ela sobra: uma obra do gosto, m(eu) desgosto!… (exclamação deixando cair três bolinhas, a primeira, a segunda e a terceira)
Há algures neste ritmo um silêncio, a coisa parada passando sinistramente quieta como uma parada militar que foi para a guerra deixando a sua ideia a fazer a guarda num quartel vazio: vai num sentido, volta no outro, andando às voltas, num faz de conta notável! Neste momento a exclamação cai em cima de si mesma, fura o papel, faz o seu papel furado, passando para o outro lado… infinitamente.
Pareceu-me que fazia sentido criticar a sua resposta, da única forma possível, dando-lhe a ler o que escreveu e perguntando, escreveu e eu, escreveu para mim? Na verdade a sua resposta não respondeu a nada, cor_respondeu… a isto:
(há-de estar na cópia do seu email mas, o seu à sua dona e seu dom de aparecer desaparecendo):
«…»
Solidão (a abrangência da ausência)
Sempre foste uma tristeza, que mais dizer? Esperar o silêncio é como acreditar que as coisas possam falar, de forma diferente do que nós possamos pensar. Nenhuma coisa se pronuncia por vós, sois como o silêncio, uma coisa vazia de som. Assim sendo, direi que nada disseste, terei dito. Dito para ata uma última e derradeira coisa, aquilo que o silêncio possa querer dizer. Tudo e nada, a abrangência da ausência. Dirijo-me ao que penso de ti, solidão.
Um pequeno drama sobre a forma de um conto, onde o que conta… conta com a sensação de quem lê da solidão o seu garrote, tirando vida à vida, isolando a essência do que faz dela companhia. Algo capaz de nos fazer pensar, dito para uma ata onde não se ata nem desata mais que isto. O silêncio senta-se e isso não se vê, nem se sente, imagina-se. Imagina quem tem imaginação, quem é capaz.
28.02.2017
Podia ser de hoje, não é. Envio em anexo o sucedâneo de ontem, este é (o) original 🙂
Irei acrescentando “conto(s)”, cuja história seja esta correspondência.