A religião tem os seus actores, e a
ciência também. A ciência tem uma dimensão social forte e uma autonomia
incontestável. A medicina em particular tem como objectivo curar. Ora,
não é a cura (de almas) a principal tarefa da religião? O confronto da
religião com a ciência data do século XVII e arrasta-se até hoje. A
verdade que persegue uma não coincide com a verdade que
persegue a outra. O argumento “em nome da ciência” encontra-se em
qualquer lado, mas continua a mudar de significado. Como conviver com
estes dois domínios que são pertença do humano, de maneira não
conflitual? Não será ruinosa uma ciência sem consciência? Como praticar
o “princípio de irredução”? (I. Stengers) |
José Augusto Mourão, dominicano, escritor, é professor na Universidade Nova de Lisboa, co-director do CICTSUL - Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa, presidente do ISTA - Instituto S. Tomás de Aquino, e coordenador do TriploV. |