O Dicionário
Histórico das Ordens e Instituições Afins em Portugal é um projecto
de grande ambição e fôlego, que se junta a um conjunto de outros
projectos que têm renovado o nosso panorama editorial na área da
historiografia. Se há domínio em que, nas últimas três décadas, muito se
tem feito, e com qualidade, é este!
Reunindo um grupo de
colaboradores de prestígio científico e competência pedagógica, trata-se
de um projecto interdisciplinar de investigação e, ao mesmo tempo, de
divulgação, muito amplo e complexo, que convoca saberes diversos e
metodologias adequadas. Partindo de um conceito lato e plural de
“ordem”, esta obra percorre toda a História de Portugal, do Brasil e
mesmo dos países lusófonos, como se fosse um rio de muito afluentes, que
atravessa épocas, acontecimentos e transformações, ajudando a
definir-lhes o contexto e a identificar-lhes as causas, os perfis e as
consequências.
Pelo ângulo de
investigação escolhido e pela vastidão das fontes documentais e
monumentais a explorar, esta obra permite dar uma outra visão do nosso
percurso histórico. Além de que nos traz novos dados sobre instituições,
algumas delas com uma vida milenar, de uma enorme importância social,
cultural, educativa e económica.
O Dicionário
representa assim um importante contributo para um conhecimento mais
profundo do que somos e do que fomos sendo, trazendo novos elementos à
definição, sempre renovada e actualizável, de uma identidade nacional.
Entre as ordens aqui estudadas (religiosas,
militares, maçónicas, esotéricas, civis-profissionais), contam-se também
as Ordens Honoríficas de que o Presidente da República é o Grão –Mestre.
À falta de outras, essa qualidade dará às palavras deste prefácio uma
razão de ser. Mas serão os historiadores a dizer, com rigor e saber, da
importância científica desta obra.
A mim, seu modesto
leitor, cumpre-me felicitar a equipa que teve a ideia de a realizar e a
coordena, e ainda todos os especialistas que nela colaboram. A renovação
dos estudos historiográficos e o interesse crescente do público pela
História são sinais que nos autorizam a pensar que Portugal - o que
somos e o que queremos ser - é para os portugueses uma preocupação e uma
responsabilidade. E isso é o mais importante. |