Acasos góticos 
Foto de Maria Petit

 

 

 

 

 

 

MARIA ESTELA GUEDES


Revista Triplov, Série Gótica, outono de 2017


Um novo Triplov e uma nova Revista Triplov representam mais do que diferentes visuais. Passámos para WordPress, uma nova tecnologia, o que exigiu de mim, como webmaster, aprendizagem de novas técnicas e de um novo sistema de trabalho, muito mais digital do que no analógico TriploVelho.

Não façam reclamações. Agora os textos têm de passar pela “lavandaria” antes de eu os publicar. Um dos elementos de escrita que desaparece é o itálico e eu não o poderei repor, não tenho tempo de vida para isso. Vocês é que podem ajudar, mandando os textos já “lavados”, ou seja, depois de “paste e copy” no Bloco de Notas (Note Book). Eu mostro o problema:

Todas as páginas que escrevemos em computador têm forro, a fonte/source, escrita em html ou outro código, ou seja: o código é o conjunto de comandos que faz a página funcionar. O que vêem na imagem é um segmento pequeno deste texto que estou a escrever, visto do lado do código html. Os vossos textos chegam sempre muito “sujos”, de modo que os códigos que trazem fariam explodir o design do TriploV e da Revista Triplov se os colasse diretamente nas páginas do WordPress.

Recomendação do Magno Urbano, que deu à luz o Triplov em 2001, continua connosco, esperemos que pela eternidade adiante, e agora assina os novos designs: “É favor digitar só texto puro”. A recomendação foi para mim, mas torno-a extensiva a todos.

Estas conversas são sempre uma seca, passemos a outras mais animadas: temos então um novo Triplov, e uma nova Revista Triplov, o que não quer dizer que tenhamos passado uma borracha sobre os vossos textos em linha. Não, está tudo no TriploVelho, com link no rodapé de todas as páginas.

E quem passa comenta: “Beleza, pena as páginas interiores não serem iguais!”

E vós pedis: “Não pode renovar também as minhas páginas antigas?”

Bom, vamos ver se atentamos numa questão muito difícil, porque quer eu quer o Magno só temos uma ideia aproximada de certas quantidades quando um problema nos surge pela frente, como o de saber em quantas páginas está o link de certo site para o podermos mudar, e a resposta é 15 mil. E depois vem um novo cálculo: “Há uns dois anos eram uns 75 mil ficheiros, agora devem ser 80 mil…” Eu direi que estaremos mais próximos dos cem mil do que dos cinquenta mil. Os números, no TriploV, ultrapassam as expectativas, de modo que já começo a ser pouca para atender a tudo. A newsletter que antigamente vos enviava, com o índice da Revista, deixou de ser viável: não é possível, sem recorrer a serviços externos, pagos, enviar uma mensagem a milhares de pessoas. Os interessados é que devem procurar o TriploV e a Revista para se inteirarem do que se passa.

Temos mais de um milhão de máquinas/computadores distintos a visitar-nos por ano, milhares de páginas vistas por dia, essas quantidades a que até na Internet temos acesso, se procurarmos informação sobre os sites, e eu resumiria no que li numa delas há pouco tempo sobre o enorme tráfego no Triplov: “A huge amount of traffic!”.

Com o Triplov novo vamos dar mais atenção aos seus canais externos: Triplov Blog, o canal dirigido por Luís Reis, para notícias; o Canal Multimédia no YouTube, dirigido por Maria do Céu Costa; e ao Triplov.com Áudio (https://soundcloud.com/user-862422160/) que vamos tentar aproveitar para termos permanentemente música, entrevistas, poesia dita, etc., no Triplov. Em rodapé, deixo-vos um convite, ponham os auriculares, oiçam e reajam em conformidade.

Falemos agora da Série Gótica, que passa a trimestral, porque preciso de tempo para o áudio: foi mesmo necessário criar uma nova série, porque tecnicamente ela não tem continuidade com a anterior. E novas séries precisam de nomes. Um conjunto de circunstâncias levou ao gótico: uma antologia bilingue que me publicaram na Roménia, intitulada “Dracula draco” – só sangue, sim… -, a minha recente descoberta, nos empreendimentos de rádio on-line do Henrique Dória, de que não só adoro mexer em música como tenho jeito para conceber guiões, e nesse domínio entrei em contacto mais profundo com o gothic rock, a música gótica, que tem obras de superior beleza, o visual negro da Revista e do Triplov, e o próprio logotipo, o ovo, agora de breu, desenhados pelo Magno Urbano, e até, para culminar, o trabalho em negro de luto apresentado neste tomo da Revista por António Barros, tudo isso levou ao gótico.

A ‘subcultura’ gótica, como geralmente a classificam, parte do gótico das catedrais, passa pelo romance gótico, o romance de terror, atravessa o romantismo e chega até nós com o visual carregado de lágrimas e de congeminações oníricas. É uma cultura muito impregnada de emoções, que apresenta a maior densidade de espiritualidade com que já deparei na arte contemporânea, muitas vezes seca e esterilizada. No gótico não é difícil experimentarmos fulgores de arrebatamento, porque essa música não raro toca o sublime.

Espero que continuemos mais uns anos a caminhada feita até aqui, obrigada a todos pelo vosso contributo, e ao Magno pelo companheirismo e pela competência na engenharia dos mecanismos invisíveis, que há dezasseis anos tem mantido o Triplov a navegar, mesmo contra ventos fortes e marés vivas.

Meg . 2.10.2017