Nas suas práticas mágicas, os druidas
falavam das almas dos espíritos das plantas
Os escritores romanos anotaram estas
práticas, nos seus escritos. Os druidas
preparavam-se para a colheita das plantas.
Nada comiam. A colheita era sempre feita, em
silêncio, de manhã. Esqueciam todo o seu
conhecimento e mergulhavam apenas no reino
dos espíritos das plantas, para com os quis
tinham o maior respeito possível. Vestidos
de branco, mostravam aos espíritos que eram
sacerdotes e druidas, iniciados nos segredos
da Natureza. O povo, quando ia em busca de
plantas, não vestia nada ou pintava-se para
que os espíritos das plantas reconhecessem
que eram eles próprios espíritos. Estes
costumes mantiveram-se durante séculos. Cada
pessoa que colhe plantas esclarece o
espírito das plantas o que procura e qual é
o uso que lhes vai dar.
Os druidas observavam também as plantas que
os animais procuravam e traziam esse
conhecimento para o homem.
Pelo aspecto exterior, conheciam os fins a
que se destinavam. A sua actuação partia de
um conhecimento preciso. As plantas eram
tomadas em infusões, comprimidos.
As plantas mais utilizadas eram:
Énula:
Os Romanos chamavam-lhe “erva britânica”,
Inula helenium. Os conquistadores tinham
observado que os Celtas colhiam as suas
irradiantes corolas douradas nas
tempestades, não antes de se ouvir o
primeiro trovão. Alguns legionários do
exército de César adoeciam depois de beber
água imprópria de alguma fonte contaminada,
ouviam dizer que esta doença se tratava com
a énula.
A planta era utilizada em chá contra todo o
tipo de doenças e perturbações, desde o
início da civilização celta até ao final da
sua utilização pelas bruxas. Protegia contra
os maus espíritos.
Desta planta, são utilizadas a raiz e
rizoma, que contém um óleo alcoólico que
acalma a tosse e se utiliza na bronquite.
Becabunga:
Corresponde ao misterioso Samolus
romano, que Plínio refere, nos seus textos.
Segundo este autor, a planta cresce em
lugares húmidos, na floresta.e só era
colhida durante um ritual específico dos
druidas. Os etno-botânicos Max Höfler e
Wolf-Dieter Storl estudaram esta planta, a
Verónica beccabunda, cujo nome
popular é conhecida como Samolo (
Samolus), que, em língua celta,
significa flor do sol.
A planta era vista como uma
ajuda bem-vinda como cura,
no início do ano. O suco ara
utilizado como
anti-hemorrágico e
estimulante geral do sistema
imunológico.
Licopopo:
Esta planta, o Lycopodium
clavotum, é uma das mais
importantes dos druidas. O
seu nome celta é Selago.
Estava ligada ao urso,
como animal totémico. O urso
era considerado o animal que
trazia aos homens o
conhecimento das plantas.
Plínio observou que os
druidas a colhiam pela lua
nova, descalços e vestidos
de branco. Na sua colheita,
era importante que a planta
não tivesse contacto com o
ferro. Segundo Plínio, era
utilizada nas doenças
oculares e em fumigações. É
usada em amuletos, como
protecção contra o
mau-olhado. A planta contém
um óleo e um alumínio
altamente inflamáveis. Não
tem flores. Os seus bolbos
eram reduzidos a pó que os
Celtas chamavam pó dos
druidas ou pó de acendalha.
Os antigos eram muito
susceptíveis a estes
efeitos. Por isso, o pó era
utilizado nas artes mágicas.
Além do seu efeito ocular,
era utilizado como
anti-reumático. Da erva,
faz-se um chá com
propriedades diuréticas que
acalma as caimbras e suaviza
as dores. Também regula as
perturbações menstruais.
Valeriana:
A Valeriana officinalis
pertencia a um grupo de
plantas medicinais de
protecção, tal como um
seguro moderno de família.
Protegia contra o fogo, a
bruxaria, prejuízos causados
por granizo ou outros danos
causados pelo mau tempo.
Quando era relacionada com a
grande deusa, protegia o
casal.
Actualmente, o extracto da
sua raiz é essencialmente
utilizado como calmante e
indutor do sono.
Na Antiguidade, misturada
com vinho, era considerada
afrodisíaca. Até ao séc. XVI,
considerava-se que aumentava
a inclinação para o amor.
Como anti-bruxedo, deu
origem a um provérbio muito
antigo: Valeriana, orégão
e aneto não deixam a bruxa
fazer o que quer (Baldruan,
Dost und Dill, Kann die Hex’
nicht was sie will.)
.
Artemísia:
A Artemisia vulgaris
é conhecida pelas mulheres
desde a Antiguidade, como
emenagogo e regulador da
menstruação. O seu caule,
muitas vezes avermelhado
traria a sua assinatura no
combata destas afecções.
Plínio notara que os Celtas
que atavam um ramo de
artemísia ao pé não se
cansavam. O sumo da
artemísia era utilizado nos
ferimentos. Era também
utilizada contra a tosse.
Dela é utilizada a folha, o
caule e o rizoma.
A planta tem efectivamente
propriedades anti-anémicas,
anti-tússicas,
anti-espasmódicas,
anti-sépticas,
anti-diarreicas,
anti-inflamatória,
anti-malárica,
anti-microbiana,
anti-nevrálgica,
anti-reumática,
anti-convulsivas, regula a
menstruação, melhora as
contracções do parto, é
anti-pirética, depurativa,
digestiva, repelente,
sedativa, cicatrizante,
eupéptica, tónica e
vermífuga.
Urtiga:
Para Plínio-o-Velho, a
urtiga, Urtica dioica,
era a mais odiada das
plantas. Mas não para os
Celtas. Aparece
frequentemente representada
em amuletos que protegem do
mau-olhado. A urtiga fazia
era componente habitual dos
diversos filtros de amor,
possivelm,ente nos casos em
que já havia essa propensão.
Dioscorides, no séc.I, que
viajou como médico militar
pela Europa celta, registou
a planta na sua obra De
matéria medica. Indica-a
para mordeduras de cão,
feridas, epistaxis, doenças
pulmonares, alterações da
menstruação e tratamento do
cancro. Também a indicava
como afrodisíaco e
diurético. Estas indicações
estão correctas, à luz do
conhecimento farmacológico
actual da planta. Extractos
da planta são actualmente
utilizados nas afecções
prostáticas.
Hera:
Medicamentos com esta
planta, Hedera helix,
são utilizados das doenças
respiratórias, bronquite,
doenças crónicas. Possui
efeito mucolitico,
expectorante e
broncodilatador facilitando
a expectoração e melhorando
a respiração.
Verbena:
A Verbena officinalis
pertence às ervas populares
dos druidas. Plínio relatara
que os druidas escavavam as
suas raízes em Agosto.
Observara como os druidas,
em seguida, traçavam um
círculo com um ferro em
volta da planta. e que a
apanhavam do cão com a mão
esquerda. Era utilizada em
rituais. A verbena era
utilizada pelos ferreiros
para afiar as armas. Para os
druidas, tinha um efeito
protector. Com ela
entreteciam coroas que
usavam na cabeça para
afastar o mau olhado.
O povo usava essas coroas
para tratar cefaleias.
Quando se usava, como
amuleto, pendurado ao
pescoço, servia para tratar
o bócio. Era utilizada numa
pomada para feridas por
armas brancas. A planta
crescia no Sul da Europa.
Quando as regiões dos Celtas
foram ocupadas pelos
Romanos, a planta passou a
ser um símbolo nacional. Era
utilizado como diurético e
emenagogo.
Cólquico:
Esta
planta, o Colchicum
autumnale, que floresce
em Outubro, é uma das mais
importantes plantas das
bruxas.
É um
anti-inflamatório devido à
presença de colchicina,
utilizada nas crises de
gota. É um veneno poderoso,
Cinco sementes desta planta
são mortais para um
indivíduo adulto.
Hipericão:
Esta planta, o Hypericum
perforatum, está
intimamente relacionada com
as festas de Verão dos
Celtas. Nas festas de São
João, em vários lugares, há
vestígios dedos antigos
rituais do culto do sol. Os
druidas utilizavam-na nas
feridas sangrantes. A
planta, com as suas flores
amarelas, espelha o sol,
como nenhuma outra. Na
concepção dos druidas,
transporta a luz solar para
o nosso corpo. Por isso, é
utilizada nas perturbações
psicológicas depressivas.
A planta possui,
efectivamente, propriedades
cicatrizantes, é utilizada
para tratar perturbações de
insónia e ansiedade e
encontra-se comercializada
como anti-depressivo. Possui
ainda actividade anti-viral
e anti-bacteriana.
Milefólio:
A planta, a Achillea
millefolium era
conhecida das mulheres como
emenagoga.
Um ditado antigo diz que
Milefólio no corpo a toda a
mulher faz gosto (Scharfgarbe
im Leib tut wohl jedem Weib),
o milefólio Tem também
propriedades cicatrizantes,
anti-microbianas e
hemostáticas, conhecidas
pelos Celtas.
A designação grega
Achillea millefolium
deve-se à lenda, segundo a
qual Afrodite teria
recomendado a planta para
tratar o calcanhar ferido de
Aquiles.
A planta tem propriedades
adstringentes, analgésicas,
anti-microbianas,
anti-piréticas,
anti-reumáticas, digestivas
e diuréticas (1).
Trovisco:
A planta, Daphne mezereum,
é um potente abortivo.
Possui a dafnetoxina, que é
muito venenosa. Dez a quinze
bagas são mortais. Era
conhecida e utilizada pelas
mulheres celtas, perante uma
gravidez não desejada.
Visco:
Plínio teve a oportunidade
de observar a colheita do
visco, a planta preferida
dos Celtas, pelos druidas,
que descreve na sua obra
Historia Naturalis.com
grande acuidade. Esta é a
única fonte literária que
possuímos sobre este
assunto. Relaciona a
colheita do visco com o
sacrifício de dois jovens
touros brancos. Geralmente,
estas oferendas aos deuses
ocorriam aquando da
entronização dos novos reis.
Plínio refere: Eles
encontram-se no sexto dia do
ciclo lunar, depois da lua
nova, porque, nesse dia,
todos já juntaram forças
para mas ainda não atingiram
a plenitude total. O
visco recém cortado não
podia, de forma alguma,
tocar a terra. Os druidas
vestiam-se de linho branco.
Era um objecto sagrado que
tinha vivido numa árvore
robusta que simbolizava a
força divina. Foi-nos
enviada por Deus, diziam
os druidas, com grande
respeito. e a árvore na
qual cresceu foi, ela
própria escolhida pelos
deuses.
O visco crescia no carvalho,
arvora que simbolizava
sabedoria e poder. Era
venerada pelos sacerdotes do
carvalho. Em celta,
chamava-se Oljo-liagi.
Para os sacerdotes
celtas, a planta que crescia
no carvalho, com as suas
bagas amarelas, era a
representante maior do seu
género. A árvore é o chamado
Loranthus europaeus.
Ao Norte, na Britânia só
existe o Viscum álbum.
O visco era cortado com uma
foice de ferro ou de bronze
dourado. Uma foice de ouro
puro seria demasiado mole
para cortar. A foice tinha a
forma da lua de que era
símbolo.
As suas propriedades eram
inúmeras. Plínio referira
que os Celtas pensavam que
uma bebida, à base de visco,
tornaria fértil um animal
estéril. Nas receitas
antigas, o visco entra
sempre para ajudar o decurso
de uma boa gravidez.
Na Suíça, onde vivem os
descendentes dos Celtas, as
noivas levam coroas com
flores de visco para
assegurar a sua fertilidade.
Nas terras junto ao Reno, é
um costume antigo pendurar
ramos de visco fresco sobre
as portas, no Natal e no Ano
Novo. Segundo outro costume,
um homem e uma mulher que se
cruzem debaixo de um visco
têm que se beijar.
Para os botânicos, o visco é
um parasita que vive de
várias árvores, entre as
quais o carvalho. Não produz
raízes na terra, como as
plantas normais, não
floresce no Verão e não
perde as folhas no Outono.
As suas bagas possuem
propriedades medicinais. O
visco era antigamente usado
para combater a epilepsia e
as perturbações nervosas.
Estudos recentes parecem
indicar que alguns
componentes do visco activam
o sistema imunitário e
possui dois componentes,
viscotoxina e lectina que
têm propriedades
anti-carcerígenas.
O visco, tal como nasce em
cima do carvalho, paira
entre a terra e o céu, entre
a vida e a morte, entre o
Aquém e o Além, entre as
duas metades do ano, entre o
cimo e o fundo. É
simultaneamente, símbolo da
fertilidade e da morte. Para
os druidas era a chave que
para o contacto com o
domínio das forças divinas
(2).
O contacto com estas plantas
estava reservado aos
iniciados. Para entrar em
contacto com outras
realidades, os druidas
utilizavam várias plantas
que provocam alterações da
consciência. Muitas delas
podem ser letais, por isso
os druidas sabiam que o seu
uso era perigoso. Estas
plantas são, essencialmente,
alcalóides. É espantoso o
conhecimento que os druidas
tinham sobre elas.
Uma delas é o meimendro.
Esta planta é, como nenhuma
outra, relacionada com
bruxas e demónios. Para os
Druidas, ao contrário, a
Belenuntia ou Bilisia
eram sagradas. A planta
contém um alcalóide com
acção psicadélica. Os seus
componentes mais importantes
são a hioscina e a
escopolamina. Os druidas não
conheciam as suas
propriedades químicas, mas
sabiam que, com a sua ajuda,
podiam viajar até ao mundo
dos espíritos.
As bruxas e mágicos que lhes
seguiram, utilizavam o
meimendro como ingrediente
fundamental para a sua
lendária pomada para voar.
Cada tradição xamãnica
possui as suas drogas
rituais. Belenuntia,
na qual os Celtas viam a
personificação do deus solar
Belenos, não era só
utilizada pelos druidas. Era
bebida com cerveja em
determinadas festas rituais,
em Maio ou nas festas do
Verão ou quando o deus da
luz e a deusa da vegetação
se aproximavam da terra. Era
utilizada para saber as
decisões dos deuses.
A planta pertence à família
das solanáceas. Contém
tropanos. Possui raízes
grossas e rugosas que são
utilizadas em medicina,
devido às suas propriedades
narcóticas e sedativas. Do
meimendro pode-se extrair
atropina.
Um fungo, o
agário-das-moscas ou
mata-moscas, Amanita
muskaria é um cogumelo
que aparece nas florestas de
pinheiros e coníferas.
Diz-se que traz boa sorte,
mas é muito perigoso.
O uso deste tipo
de cogumelo de chapéu
vermelho, é conhecido pelos
xamãs, como meio
embriagante, na viagem para
o mundo dos espíritos, é
conhecido desde tempos
imemoriais e utilizado pelos
druidas.
Foi utilizado pelos povos
primitivos da Sibéria.
Alguns autores pensam que os
Celtas os secavam e os
comiam em pequenas
quantidades. Cerca de uma
hora mais tarde, começava a
fazer efeito: um aumento da
capacidade para apreender as
cores e os sons. Não sabemos
se os druidas, ouviam,
através deles, a famosa
música das fadas.
O consumo do Amanita
muskaria provoca uma
certa sensibilidade a sonhos
proféticos e visões. Por
vezes, as pessoas começam a
ver céus cor de púrpura e
rios de águas negras e
profundas. Estamos já no
domínio das alucinações que
provoca podem induzir
psicoses.
Outra destas plantas é o
cânhamo, a Cannabis
sativa.
O seu uso provoca uma
embriaguês com leve euforia.
Pertence actualmente, às
chamadas drogas leves.
As flores segregam uma
resina que tem propriedades
psicoativas. Das flores
femininas extrai-se o
haxixe, das masculinas a
marijuana.
Tal como o
agário-das-moscas é uma
das plantas com actividade
psicotrópica, utilizada
desde a mais remota
Antiguidade. Foi encontrada
no túmulo dos faraós, no II
milénio a. C., no Egipto,
tendo sido utilizada na
embriaguês ritual.
Utilizavam-na nas
inflamações, doenças
oculares, doenças
ginecológicas e doenças das
unhas dos dedos dos pés. Era
tomado em pequenas pílulas
embriagantes, muito
apreciadas pela euforia que
causavam. Era utilizada na
mumificação, porque de altas
individualidades, porque se
pensava que se estava a
prestar um bom serviço ao
morto. O canabinóide THC,
seu principal princípio
activo, manteve-se, em
elevada concentração nas
múmias o que levou ao
florescimento do comércio
das mesmas. Os saqueadores
de túmulos vendiam as múmias
para a Europa, onde estas
eram reduzidas a pó e
comercializadas nas
farmácias. O Mumia vera
era um pó acastanhado
que servia para curar todas
as doenças, mas, na verdade,
o que as pessoas tomavam era
uma droga embriagante.
Fontes literárias referem a
utilização xamânica do
cânhamo. Heródoto refere que
os Gregos utilizavam a sua
resina, o haxixe,
relacionado com o culto dos
templos. Os Romanos
apreciavam os bolos de
marijuana como sobremesa,
após uma refeição opulenta.
Diz-se que aumenta a
sensibilidade à música, ao
paladar e ao amor.
Pensa-se que os Celtas
também conheciam e
utilizavam a planta. Para os
druidas, o cânhamo não seria
apenas uma forma de entrar
em contacto com o mundo dos
espíritos, mas também uma
forma de tratamento da alma.
Sob o seu efeito, o doente
diminui os sentimentos de
ansiedade, angústia, medo e
depressão, ajudando a tratar
estas perturbações.
Efectivamente, tem
propriedades analgésicas,
antieméticas,
antiespasmódicas e é
utilizado como narcótico,
sedativo e tónico.
A papoila dormideira,
Papaver somniferum
encontrava-se vastamente
distribuída,
geograficamente. É uma das
plantas mais antigas,
utilizadas com efeitos
mágicos ou medicamentosos.
Contém quarenta e cinco
alcalóides. Da polpa das
suas cápsulas secas ao sol,
extrai-se o ópio. É
conhecida na Europa antiga,
desde a Grécia até ao espaço
ocupado pelos Celtas. Era
utilizado como droga
embriagante, cujas sementes
eram usada como condimento
afrodisíaco. Extractos da
papoila dormideira foram
utilizados pelos druidas.
O Psilocybe semilanceata é
um cogumelo europeu que
possui um alcalóide, a
psilocibina.
Tem a forma de um barrete
frígio. O seu nome, em
grego, significa psilo
(calvo) e cybe
(cabeça).
Há alguns anos, os
cientistas descobriram que,
sob a sua influência,
reconstituíam e compreendiam
textos indecifrados. É
possível que os druidas
utilizassem o cogumelo para
descodificar as mensagens
escondidas do reino da
Natureza.
O Rododendro, rosmaninho
selvagem, Rhododendron
tomentosum, ou Ledum
palustre, que existe em
todo o Norte da Europa, foi
provavelmente utilizado
pelos druidas como
embriagante, que poderia
induzir um transe leve. É
utilizado na medicina
popular para calmar a tosse,
tratar a bronquite e induzir
o sono.
Todas as partes da planta
contêm terpenos que afectam
o sistema nervoso central. O
simples cheiro da planta
pode causar cefaleias.
A Beladona,
Belladonna, ou
Atropa belladona
encontra-se em solos
húmidos, principalmente à
beira de rios, lagos e
represas. Contém um
alcalóide, a atropina. Os
druidas iam em busca das
suas bagas por causa do seu
efeito embriagante. A
beladona é altamente tóxica.
As crianças confundem-na
frequentemente com cerejas.
A ingestão de três a quatro
bagas pode ser mortal. A
planta também um tropano
psicoactivo, semelhante à
possui hioscina, tal como o
meimendro. Provoca aumento
da frequência cardíaca,
broncodilatação, dilatação
pupilar e rubor facial.
Em doses pequenas aumenta a
compreensão e facilita o
trabalho intelectual.
Provoca alterações da
consciência. Os druidas
consideravam-na uma planta
medicinal valiosa e com a
qual tentavam influenciar
doenças causadas por
demónios.
Mais tarde, passou a ser um
dos componentes da lendária
pomada que fazia voar,
utilizada pelas bruxas, nos
seus rituais, pois os seus
componentes provocam uma
sensação de voo.
É uma droga utilizada, nas
situações de urgência, no
tratamento da bronquite e da
asma.
Linnaeus, em 1700,
chamou-lhe Atropa
belladonna, porque sabia
que as mulheres utilizavam
os seus extractos, nos
olhos, para dilatar as
pupilas e ficarem mais belas
(belladonna-
mulher bela). A esse
nome, juntou o de Atropa,
uma das três Parcas da
mitologia grega, por ser uma
droga que podia causar a
morte (3). |