Somos criaturas psicológicas, e precisamos de cacau como combustível para disfarçar as iniquidades que o amor provoca.
Tu que te recatas nos elogios pintados de seres um pretexto, deixa-te embalar na beleza estranha que a todos ameaça.
A mão injuriosa do tempo esmaga e remexe não só as evidências mas até as intimidades mais ignoradas pelos seus sujeitos – há permanentemente uma inclemente desapropriação.
Quando as horas drenaram seu sangue e encherem sua testa com as linhas e enrugamentos e transplantes...poderei chorar ou rir?
A sua graça será condensada na visão atribulada destas linhas escuras, e reviverá, quem possa, as verdes verdades destas minhas imaginadas tormentas.
Só o tempo é suficientemente perverso.
Os instantes ao passarem ruminam-nos, e ao nos removerem, quer para fora do tempo, quer da eternidade, também absolvem o eros e a paixão.
Este pensamento é como uma morte que não se pode escolher – chicoteia-nos em ânsia de ter aquela que tememos perder, e mais as outras que já foram e as que ainda estão por nascer.
Quando o jovem nojo habitar com tendas negras na claridade alheia nem a viajem nas cavernas da noite é garantida.
Bomba suporífera – degrau da idade.
Uiva-se fácilmente pela glória, da qual a beleza é a versão menos agoirenta.
Ninguém arrancará da minha memória o seu cruel explendor – mesmo que se trate de uma cárie.
A faca cruel da idade só corta fatias de confusão em cada recordação.