À velocidade sobrevoada de nenhum movimento eu saberei. Mas sem porquês.
É a evidência de um ritmo, cardiaco ou não, que sustenta os desejos. Por isso só os pode combater o som grave e contínuo. De onde se deduz, como sempre, que o Eros habita sobretudo o coração.
Aperfeiçoamento do amor? Está sendo feito? Meigas impetuosidades? Teme a temperatura do congelador.
Seus olhos ociosos procuram na secagem do corpo a bulímica chave que desvendará enigmas imprevisiveis.
Quando encurralada ainda és mais doce.
Fica-se mais moreno depois da torradeira.
O brilho das joias imita o brilho dos corpos dos deuses. Por isso há criaturas que passam horas no toucador encenando a única possibilidade de imortalidade.
O que ocultamente nossa pele veste é uma comicheira que se prepara para desabroxar no ponto da dança.
Enclausuras-te representando papéis salomónicos porque sabes que o teu orgulho é apropriado para tanta soberba.
Venturoso o que apreço dá ao espaço!
Para triunfar há que, também, saber não esperar.
O lobo de que és feito busca a ovelha de que serás desfeito.
Saturamo-nos de sombras que serão madrastas de outros milhões de sombras.
Há na palavra Harpia harmónicos ácidos que tornam evidente que a harpa não é mais que uma máscara, e que todo o som dedilhado procura alvos fatais.