A fachada encerra a glória em superfícies inacessíveis – não há glória interior que mereça o aplauso da história.
O olhar procura outro olhar no qual possa diluir o apelo narcísico – e quem sabe encontrar uma felicidade, como quem encena a negação tricotada de um deus abscôndito.
Procuras a Musa que te convém como um pretexto, e procurarás outras. As Musas são mais submissas que as ninfas?
A Musa é uma forma de respirar, um ritmo que te satura e que sutura os fragmentos das vívidas intenções.
Possuis argumentos doces para seres ferido por estocadas de criaturas imprudentes.
Ensaias um vulgar papel que não gostarias de ver representado – mas só mais tarde.
Dá-te mesmo que o não mereças – desde que te regozijes com isso.
O que inspira a mandrágora é a incitação à mescla: penetro um pouco mais na natureza ou faço-me penetrado por ela? – só através dessa interpenetração poderás aceder à identidade do isto com o aquilo, do absoluto com a mais mísera criatura.
Enxovalhas a persuação como algo temível, mas ela está no ar muito para lá da concretização da sedução, objectivo deveras mediocre – a persuasão não quer persuadir, só quer ser persuasiva.
O espelho encosta-se à mudez.
A vista fabrica o alheio.
O tolo escreve o que no mundo é mudo.
A luz azeteca acode-nos como uma invenção da morte.
Encontras a elasticidade no pó.