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Aos outros, que se arrastam nos mesmos nomes declinantes, na exuberância de não deixarem marcas, no ruído irrecuperável que sobra aos silêncios entretanto amarelecidos - como uma jibóia esquiva que ressoa e aperta o pescoço às imensas florestas em que não ousamos entrar. Que florestas? As florestas de Babel!
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Não podemos deixar de ser a excepção flutuante, inclinada para toda a exterioridade, na inexactidão crescente que contradiz as mortes.
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A terra não te poderá ensinar muito mais do que a sua constância assassina e anónima - a mineralização como evidência - e a cumplicidade feroz com os desertos lunares.
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A carne para ser carne tem de aprender a descer, ternamente, a si mesma.
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As provas da sua existência são menos diminutas para além do modo fulgurante como os sentidos se acendem.
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A imagem - ruminação pânica de um gosto que se afina para uma predação insaciável.
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De nós nem a acre voz pode declarar algo com o rigor da sinceridade.
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Não há escândalo que não seja a simulação de uma decepção antiga - mesmo anterior à humanidade erecta ou para sexo deitada. Uma decepção ante o desaparecimento dos ornamentos que sustentavam a glória.
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Traduzo-me numa infidelidade sistemática, como se a escuta de aedos antigos fosse um desejo de domar as distorções canoras.
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Exterior aos espasmos civilizacionais, ainda que gargarejando numa linguagem embaraçante, sinto em redor os signos boquiabertos com uma ferocidade carnívora e em perigosidade iminente.
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Buscaram-me os lugares porque me não soubera sequer buscar - mas andava de um lado para o outro, furtando-me às inclemências vorazes de cada espaço. Afinal os espaços querem devorar-nos muito - escapo-me como se passasse a uma dimensão sonora.
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As perguntas que poderia ter feito estavam seladas, se é que havia alguma pergunta de escondido mérito - reclinava-me numa arte refutante para não ser excessivamente cúmplice da tentação das evidências.
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Do íntimo das simplificadas mães, até ao espólio que se dispersou noutros contornos fecundáveis - nada é meu senão em exílio de Duplo.
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Alegra-nos o facto das civilizações já não serem povos e das línguas antigas e desconhecidas contaminarem de uma forma decisiva os nossos mínimos gestos - mesmo o sabor da água que beberemos demasiado tarde.
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Chamamos a essa cólera que rasteja justiça, como se os saúrios tivessem a arte de ser sibilinos.
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Há amores que transpiram para além da alegria incontida - entramos pois em mapas selvagens onde o desejo nos devora antes da eternidade.
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A equação que iguala o odor ao êxtase faz mais sentido que o catálogo das metamorfoses que nos aguardam - o inesquecível, o súbito, o palpitante sem anamorfoses ou arredores.
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Residia na prudência para cometer premeditadamente imprudências sistemáticas e sucessivas - um coabitar amoroso, embora elíptico. Curvando espaços que tinham sido feitos rectos. A paixão é inconciliável com as quadraturas.
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Mesmo os mais temíveis eram necessários para aperfeiçoar a tua subtileza - só os cânticos que derrubam muralhas são afins da alegria divina.
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Nomeio a girafa porque a sua altivez é um dom da aproximação - não sou como o archeiro que sabe acertar metáforas em alvos certos, mas aprendo a ser o indigente anterior ao indígena, uma criatura plumativa mais antiga que qualquer aborígene.