PEDRO PROENÇA
AS GALATEIAS
(poema a ser recomposto pelo leitor sincero ou a ser lido em indeterminada ordem por uma corajosa plateia)
Quando as fermosas Galateias
cos amantes albardados e as sereias
decoravam os rios que desaguavam
nuns mares acima do vermelho
(egeios, negros ou sicilianos
que são da Europa o espelho!)
Polifemo com seus fémures pesados
passeava suas peles e seus gados
em pastos esgazelados.
Ignorava-se que a cobiça é madrasta
e que até na melhor roupa a traça
irrompe em múltiplo caminho
mesmo que seja devagarinho.
Quantas vezes não nasce a peleja
entre a espuma desvairada da cerveja?
É de um engalanado coliforme
que se engendram as glórias no uniforme.
Um sábio silêncio enfreia os tocados
as águas, os ventos Altos, os estrados,
e que entre um e outro manjar
espritos se alevantem, emproados.
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