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LIVRO DE RUY VENTURA
TRADUZIDO NOS ESTADOS UNIDOS |
Acaba de ser
publicada nos Estados Unidos da América, em San Francisco (Califórnia),
uma tradução do livro de poesia de Ruy Ventura intitulado “Assim se
deixa uma casa”. A obra agora dada a lume com o título “How to leave a
house” surge no âmbito do projecto “Second Mind”, contando com uma
versão inglesa da responsabilidade de Brian Strang, que já antes
publicara nessa língua poemas do autor de “Arquitectura do Silêncio”,
nomeadamente na revista “26: A Journal of Poetry and Poetics”, editada
também na cidade californiana, e em publicações electrónicas.
Brian Strang
vive em Oakland, sendo professor na San Francisco State University e no
Merritt College. Publicou, entre outros, os livros “Incretion” e “machinations”.
Tem traduzido, em conjunto com Elisa Brasil, poemas de vários autores
contemporâneos de língua portuguesa. Pintor, tem quadros que podem ser
vistos na sua página on-line, “Sorry Nature” (http://sorrynature.blogspot.com). |
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Ruy Ventura |
“Assim deixa uma casa”, cuja tradução
agora se publica, teve a sua primeira edição em Portugal no ano de 2003,
pelas edições Alma Azul, de Coimbra. Tratou-se de uma edição bilingue,
em português e espanhol, com versão e prefácio de Antonio Sáez Delgado
(Cáceres, 1970), um dos mais importantes estudiosos e divulgadores da
literatura portuguesa dos séculos XX e XXI em Espanha. Sobre esta obra,
escreveu Pedro Sena-Lino em 26 de Janeiro de 2004 na página “Canal de
Livros” (http://www.canaldelivros.com/data/Novidades/640.htm): |
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Livro traduzido por
Brian Strang |
“Desde o seu
primeiro livro, [...] Arquitectura do Silêncio, que a poesia de Ruy
Ventura se constrói numa tensão obsessional pelas coordenadas de espaço
e tempo, pelos seus limites e capacidades. A inscrição, através do
poema, visa simultaneamente reconciliar o visível e o invisível, o tempo
anterior, o presente e o passado, e criar no lugar-tempo do poema um
espaço fixo de imutabilidade, uma estrutura do eu em sintonia e
coerência. / Donde que neste seu quarto livro, Assim se deixa uma casa,
esta temática se manifeste em tonalidade diferente da do primeiro livro,
ou mesmo de Sete Capítulos do Mundo, recentemente editado pela Black Sun.
A Casa, baluarte identitário e veículo do espaço absoluto do poema, é
uma entidade simultaneamente materna e protectora; abandona-lá significa
um corte, com qualquer coisa de injusto: / […] / Porém, o valor
espiritual da casa é desenvolvido com larga perspectiva pela pena de Ruy
Ventura: / […] / Mais um aspecto da inscrição do natural (outro tema
caro a esta poesia), ou seja, da identidade da natureza face ao tempo,
que Ruy Ventura tem levado a cabo, com assinalável coerência, num
processo de escrita que cada vez mais se condensa numa sucessão de
imagens estranhantes, perturbadoras, misteriosas.” |
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Tradução de Brian Strang |
José Mário
Silva, por seu lado, referiu no “Diário de Notícias” de 8 de Janeiro de
2004:
“Este é um
universo fechado, somatório de enumerações e enquadramentos
fotográficos. Os versos são degraus por onde sobem imagens duma
despedida, de uma ausência em curso. A casa esvazia-se mas permanece de
pé – “estátua de areia / num jardim de inverno”. Há um cântaro que
guarda o “caminho entre a fonte / e a alegria”. O texto, esse, arde na
sua opacidade. Porque é “ao mesmo tempo / luz e interpretação da luz”.”
Ruy Ventura
(Portalegre, 1973) reside e trabalha no concelho de Sesimbra, onde é
professor. Publicou, em poesia, “Arquitectura do Silêncio” (Lisboa,
2000; Prémio Revelação de Poesia, da Associação Portuguesa de
Escritores), “sete capítulos do mundo” (Lisboa, 2003), “Assim se deixa
uma casa” (Coimbra, 2003), “Um pouco mais sobre a cidade” (Villanueva de
la Serena, 2004) e “O lugar, a imagem” (Badajoz, 2006); em 2009 editará
o original “Chave de ignição”, com edição simultânea em Portugal
(edições Cosmorama) e em Espanha (Littera Libros). Como investigador,
trabalha neste momento num projecto dedicado ao estudo da toponímia e do
património religioso de uma parte do Barlavento Algarvio. Coordena os
blogues “Estrada do Alicerce” (www.alicerces1.blogspot.com)
e Arquivo do Norte Alentejano (www.nortealentejano.blogspot.com). |
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Ruy Ventura e Brian
Strang no Largo de São Carlos, em Lisboa |
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RUY VENTURA (Portalegre, 1973) é professor na península da Arrábida, a trinta quilómetros de Lisboa. Publicou, em poesia, Arquitectura do Silêncio (Lisboa, 2000; Prémio Revelação de Poesia, da Associação Portuguesa de Escritores), sete capítulos do mundo (Lisboa, 2003), Assim se deixa uma casa (Coimbra, 2003), Um pouco mais sobre a cidade (Villanueva de la Serena, 2004) e O lugar, a imagem (Badajoz, 2006); em 2009 editará o original Chave de ignição, com edição simultânea em Portugal (edições Cosmorama) e em Espanha (Littera Libros). Organizou as antologias Poetas e Escritores da Serra de São Mamede (Vila Nova de Famalicão, 2002), Contos e Lendas da Serra de São Mamede (Almada, 2005), Em memória de J. O. Travanca-Rêgo e Orlando Neves (na revista Callipole, nº 13, Vila Viçosa, 2005) e o livro José do Carmo Francisco, uma aproximação (Almada, 2005). Traduziu a antologia 20 Poetas Espanhóis do Século XX (Coimbra, 2003) e os livros de poemas Dias, Fumo, de Antonio Sáez Delgado (Coimbra, 2003), Jola, de Ángel Campos Pámpano (Badajoz, 2003) e A Árvore-das-Borboletas, de Anton van Wilderode (Badajoz, 2003). É colaborador de várias revistas nacionais e estrangeiras, nomeadamente espanholas, brasileiras e americanas. Poemas e/ou livros seus estão traduzidos em castelhano, francês, inglês e alemão. Como ensaísta, tem escrito sobre Poesia Contemporânea, Literatura Tradicional e/ou Oral e Toponímia.
Coordena o blogue Estrada do Alicerce (www.alicerces1.blogspot.com). |
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