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MARIA GOMES.. |
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esse anjo eterno |
do sol vem esse anjo eterno que torna em música
a impressão telúrica
de ser em simultâneo água
de um ramo só
do sol eu tenho o solo idolatrado
os olhos importando das miragens um desespero frágil
e o som
a parecer-se quase com o minério
como uma súplica ou uma lágrima litúrgica. |
ao meio dia |
vivem rosas ao meio dia
sorriem com as mãos do silêncio
sorriem com o coração declaradamente aberto
e clandestino; com o sangue dos espinhos
dentro de agosto, ao meio dia, vivem rosas. |
que a noite vê |
deixa-me ter nos poetas idos o silêncio do sol
fazer uma onda
com a força desses dedos
sonhar mais do que um sonho subir o ritmo
amarelecido na maré
deixa-me ler milhões de palavras luz
deixa-me ver as coisas que a noite vê.
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