Os livros acendem-se devagar nas suas mãos
são a memória da madeira fermentada sob a chuva
se a escrita não é mais que dor dolorosa
sombra estreme
haste arrefecida
ou eco longínquo de desencontros
espada e gume de todas as utopias
O escritor esconde-se nos dédalos da sua escrita
retoma velhas palavras para dizer que sim para dizer que não
O escritor escreve paciente e aguarda que a terra lhe seja o último grito
a última dor