São contra a morte, ou contra a vida, as vozes
que tão fugatamente desconversam?
São contra a terra ou contra o céu as pausas
quase que imperceptíveis que retornam?
São contra as coisas ou são contra os homens
certas singelas notas que persistem?
Ou a favor? Não sei. Talvez que sejam
uma existência que se vive ouvindo
apenas o fluir da música nascida
de não fluir mais nada que não seja a vida.
Numa estridência uma alegria vibra?
Ou treme uma amargura asfixiante?
E nestes graves que ressoa: a dor
ou uma serena e firme complacência ignota?
Oh não. Que a vida está ausente e alheia,
lá onde, como aqui, os sons são ela mesma
tornada um tempo que nos flui mental,
concreto, ciente, e reduzido a nada. |