Há um sopro como um cutelo
entre as mãos e a água.O único
espaço onde os músculos desengolfam
as feridas do amor.Aí se juntam
todos os animais com sede.A loucura
ilumina-se nas labaredas com que a
terra arde.Os corpos excitados no
movimento hirto da luz inquietam
a morte como uma primavera.É o
diálogo da boca álgida e gloriosa
por um esplendor obsessivo.Na distância
das palavras a fêmea cinge o fogo. |