Num corpo de caça sagrado
onde as palavras se devoram entre si
o silêncio surge sob uma mancha de iodo
vestindo a terra com as asas dos mortos
o poema debate-se com a sua própria volúpia
envenenando os sexos e as bocas brancas
com o sangue virgem das suas vitimas.
As palavras embebidas em golfos
despem-se de suas longas vestes de água
nesse sangue e amam-no eternamente.
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