O tempo é uma corda esticada
Onde, lúgubres, se tangem os gemidos da minha alma.
O tempo é uma grande pedra a ser empurrada
Até ao cume do dia, mas o curto descanso do sono
Fá-Ia rolar de novo até à base da dormência.
O tempo é um ralo, onde se sorvem os sonhos desfeitos,
Onde se escoam os laivos da minha demência.
A breve trégua do sono é onde a dor recupera o fôlego,
E volta retemperada, voraz, com a sua bocarra hiante.
O tempo... o tempo é cada vez mais cinzento.