Inquieto, hiperativo na juventude de seus 49
anos, a palavra fácil, pronta
para ser usada e que não enjeita ocasião, verbo e verso à flor da pele,
em
Gustavo Dourado a veia poética é um bem de raiz: ele a herdou de
ancestrais e familiares sertanejos da Bahia. Nascido no povoado de
Recife dos Cardosos
(nome que por si só é um poema), na região de Ibititá/Irecê, no sertão
setentrional da Chapada Diamantina, Baixo-Médio São Francisco, na Boa
Terra de Castro Alves, desde o berço acalentou-o o aboio dos vaqueiros,
seguindo-se a cantilena dos martelos agalopados, das pelejas e repente
dos cantadores de feira.
Aos três anos começa a ser alfabetizado por via da leitura dos folhetos
de
cordel e de textos bíblicos, como o Apocalipse de São João. Daí
sobreveio o
apelido Amargedom, assim mesmo aliterado, valorizando o verbo amar.
Com todos esses fluidos não poderia dar em outra coisa. Resultou em
escritor, poeta e cordelista, jornalista, produtor cultural, professor e
bibliotecário,pesquisador e estudioso da cultura popular e universal. E
assim é que se integrou ao movimento cultural e artístico de Brasília.
Pós-graduado em arte, educação, literatura, linguagens culturais e
gestão
pública, foi assessor da Secretaria de Cultura/Fundação Cultural do
Distrito Federal, desenvolvendo vários programas. Autor de mais de dez
livros publicados e centenas de cordéis editados na internet, foi objeto
de teses de mestrado e doutorado no Brasil e no exterior. Premiado na
Áustria, teve obras selecionadas pelo Portal da UNESCO World Poetry Day
e UNESCO Libraries.
Presidiu o Sindicato dos Escritores do Distrito Federal por três
mandatos e atuou como pesquisador junto ao cineasta Sílvio Tendler e ao
Grupo de Memória da Educação do DF. Participou da Bienal Internacional
de Poesia de Brasília e de Belo Horizonte, da Bienal do Livro de São
Paulo e do Rio de Janeiro.
Seus poemas e cordéis foram publicados nos portais da Universidade
de Yale, New York University, New York Directory, Universidade da
Carolina
do Norte, West Virgínia. Foi selecionado para constar nos diretórios do
Google e do Yahoo e em centenas de sites da internet como a Wikipédia e
a Knol. Conquistou vários prêmios literários e tem poemas traduzidos em
muitas línguas. Mas nada detém a marcha de sua produção, com vários
textos inéditos, e a qualquer hora do dia ou da noite está pronto para
versejar. Como os vates de sua terra.
Vladimir Carvalho |