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DOMINGOS DA MOTA |
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Sobras incompletas
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São as alavancas do inconsciente que
empurram a máquina de fazer versos. José Manuel Simões
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Muitos anos, quanta vida
projectada, mãos à obra,
quanto sonho se desdobra
numa rima, numa trova,
quanta noite mal dormida;
e que grito se levanta
e que brado, quanta voz,
quantos braços, quantos nós,
quanta dentada feroz,
quanta corda na garganta:
e depois da obra feita
de sobras incompletas,
quem a lê, quem a rejeita,
neste país de poetas?
Domingos da Mota
[inédito]
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Domingos da Mota – nasceu a 15 de Dezembro de
1946, em Cedrim, Sever do Vouga. Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade
de Letras da Universidade do Porto (como trabalhador-estudante). Trabalhou
num laboratório da indústria farmacêutica. Reside em V. N. de Gaia.
Publicou o livro, Bolsa de Valores e Outros Poemas, Edição Temas
Originais, em 2010.
Tem poemas dispersos por colectâneas, revistas, jornais, e em diversos
sítios do ciberespaço. Dos seus blogues, actualiza com alguma frequência:
http://domingosmota.blogspot.com/.
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