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JOSÉ DO CARMO
FRANCISCO |
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Mia Couto
“Cada pessoa é uma humanidade individual” |
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De "As palavras em jogo"
30 entrevistas e uma memória
Lisboa, Padrões Culturais, 2010 |
Nasceu na Beira (Moçambique) em
1955 e viveu sempre rodeado de jornais e de livros. Jornalista e poeta
tal como o pai (Fernando Couto) foi director da Agência de Informação de
Moçambique, da revista “Tempo” e do jornal “Notícias de Maputo”. O pai
publicou cinco livros de poemas; em 1983 Mia Couto publica o seu “Raiz
de Orvalho”.
O nome Mia que já lhe deu muitas
confusões nasceu do seu grande entendimento com gatos: comia e brincava
com eles, por isso, pediu para ser Mia. Tem um nome civil: António
Emílio. |
Na
Beira da infância/juventude, cidade de grandes contrastes
sociais e raciais, ele chegou a ser o único miúdo branco em
equipas como o “Rebenta Canela” que jogava com camisolas de uma
empresa de mobílias e onde lhe chamavam Kiwa — o fintador.
“Fintava muito mas rematava pouco” — recorda hoje o escritor que
tem um grupo certo de futebol de praia. Apenas. E aponta um
inquérito recente do jornal MédiaFax (“Carlos Cardoso é um
herói!”) no qual os moçambicanos votaram no Benfica, no
Sporting, no F. C. Porto e só em quarto lugar num clube de
Moçambique. |
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“As pessoas assumem essa ligação
como espaço afectivo que nada tem a ver com memória do colonialismo”...
Autor de “Vozes anoitecidas”,
“Cada homem é uma raça”, “Cronicando” e “Terra Sonâmbula” (entre outros)
Mia Couto não vê perigo no Francês e no Inglês: “O medo do Francês e do
Inglês é um fantasma. Em Moçambique há uma língua moçambicana, a língua
materna da gente das cidades.
O Inglês será sempre a segunda
língua que já é em todo o lado!”.
“As línguas de raiz
bantu
é que estão em perigo”...
Todos iguais; todos
diferentes? “Sim
porque aquilo que define a identidade das pessoas não passa pela raça:
cada um de nós é irrepetível e único, cada pessoa é uma humanidade
individual”.
Mia Couto é biólogo, dá aulas na
Universidade e trabalha num projecto de investigação sobre as plantas e
animais numa terra onde “o respeito pela Terra é muito grande”; mesmo
sem ecologia.
Ter uma filha pequena obriga-o ao
regresso à infância: perguntador, espantado, cheio de dúvidas. “Ao
contar histórias à Rita fico em estado de infância. Como na literatura —
não sou escritor, estou escritor!”. |
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Lançamento de
"As palavras em Jogo", de Carmo Francisco, no teatro da Trindade |
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JOSÉ DO CARMO
FRANCISCO (Santa Catarina, Caldas da Rainha,1951).
Prêmio
Revelação da Associação Portuguesa de Escritores. Colaborou no
Dicionário Cronológico de Autores Portugueses do Instituto Português do
Livro. Poeta. Possui uma antologia da sua poesia publicada no Brasil.
Jornalista, colaborou entre outros em "A Bola", "Jornal do Sporting",
"Remate", "Atlantico Expresso"...
Autor de "Universário",
"Jogos Olímpicos", "Iniciais", "Os guarda-redes morrem ao domingo",
etc., bem como de antologias como "O trabalho", "O desporto na poesia
portuguesa e "As palavras em jogo", entre outras.
É secretário
da Associação Portuguesa de Críticos Literários. Vive em Lisboa.
Contacto: jcfrancisco@mail.pt
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