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FERNANDO BOTTO SEMEDO
SANGUE PALPITANDO NO SOL
ESQUIZOFRÉNICO

No dia há equilibristas sobre trapézios de trapos

Em mãos de pedra branca, acendendo as estrelas

Das abóbadas brancas dos poemas.

 

No dia a minha alma é uma árvore de estrelas

Atravessando o cristal nocturno, com um rosto

De armas extintas, com um rosto de pássaros geométricos

Em horizontes de órfãos loucos.

 

No dia há sangue palpitando no sol esquizofrénico,

Que anuncia a chegada dos canhões do mais doce suicídio.