Os teus seios alvíssimos são leite infinito,
Que as estrelas bebem quando se deitam no mármore dos anjos,
Ó doçura fria, em tórridos dias, quando me cai a mente para o asfalto
De sangue, da dor dos santos, bebido pelos insectos de Deus,
Pela sua alma alucinada e saudosa.
Ó companheira, que me dás todos os versos de todos os poemas,
Fica sempre, como costumas ficar, junto da folha, cheia de desejo,
Dando-me todas as visões divinas,
ó mãe eterna dos loucos e da Virgem Maria
E de toda a descendência das guerras fêmeas,
quando a destruição da realidade
Se ergue, como poderosa sabedoria para a edificação das fotografias
De toda a antiga realeza, com grandes barbas de arame farpado,
E de primaveras operárias!
Bendita sejas para sempre, e dá a Deus as minhas orações
e o meu sofrimento,
Em espelhos de palavras imperceptíveis,
para a construção de um Céu eterno
Em vitrais atómicos. |