Oh, tranças, de que Amor prisões me tece,
Oh, mãos de neve, que regeis meu fado!
Oh tesouro! oh mistério! oh par sagrado,
Onde o menino alígero adormece!
Oh ledos olhos, cuja luz parece
Tênue raio de sol! oh gesto amado,
De rosas e açucenas semeado,
Por quem morrera esta alma, se pudesse!
Oh! lábios, cujo riso a paz me tira,
E por cujos dulcíssimos favores
Talvez o próprio Júpiter suspira!
Oh perfeições! oh dons encantadores!
De quem sóis ?...Sois de Vênus ? - é mentira
Sois de Marília, sois de meus amores.
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