Ó Saudade das trevas
que hoje são luz.
Ó Saudade do silêncio
que é hoje canto.
Ó Saudade de nada
que é hoje tudo.
Ó Saudade da criança
que eu hoje sou.
Canto
porque fiquei em silêncio.
Vejo
já que na escuridão me perdi.
Sou
porque sei.
Cresci
já que parei.
E tudo é assim
para que
sem remédio
as trevas
o silêncio e o nada
sejam dentro de mim.
27 de Janeiro de 1995
[Primavera de 2001]