Nela celebro o êxtase da terra
o luminoso nascimento do mundo
da carne a esplêndida Primavera
quando tudo é vida e desejo fundo
Nela celebro a beleza do dia
um rio de seiva e sangue fecundo
Nela celebro da selva a luxúria
quando tudo é sede e prazer jucundo
Ela é um fruto de carne da terra
um canto azul no princípio de tudo
Eu sou apenas a sombra que cerra
o último crepúsculo quedo e mudo
Sem a chamar aos pés ponho de sua casa
de uma palavra o silêncio em brasa