( que eu avoco, para a Musa, o 6 de Paus como Arcano )
Foi o dia 7 de Novembro, afecto e afoito, de 1978. À data deste poema,
eram volvidos 4 anos da Revolução. Andava, a minha geração, inebriada
de Poesia, de Liberdade e de Abril. Este poema foi o fruto das
inúmeras tertúlias que por ali campeavam, ali, ali, no Café da
«Sul-América». Para o escrever, o esquadrinhar e também o escreviver,
muito sumariamente assertaríamos, alfim: a «escola», etimologicamente,
é o «topos» do recreio, do descanso e do lazer - e é mister o tempo
livre pra cultivar, e cultuar, as Artes Liberais; o que é preciso é
labutar na serpente mercurial; com afecto e com afinco, virá, talvez
mais tarde, o cifrão comercial. Que as palavras são a casa, as
palavras são as naus com as quais sulcando vamos o oceano da matéria.
E se a «Mathesis» é o metro, a mente mede e mensura - e aqui eis o
vestíbulo, em Pluto, das Ciências do Culto e Ciências Ocultas. Em
supina colação do solerte Café, o pensamento é movimento - e essa a
lição de Agostinho Maldonado. Mas pensamento não labora, nem vigora,
sem a ajuda das imagens - e essa a directriz, correcta e escorreita,
de Rafael Calado, Aristóteles e Dórdio Guimarães. Que é preciso
imaginar, a «image» é qual «magie», e é preciso, pra ser génio,
digerir a diegese. Em escólio didacta, labutávamos, os jovens, pra
liberar, o Inconsciente, da canhota, e canhestra, camisa-de-forças - e
foi este o sagrado e portanto o segredo, e foi este o pender do nosso
aprender. No Liceu Aristotélico que funcionava, imanizava, em selecto
«Sul-América», preteria-se o jugo em nome do jogo, e praticava-se, a
paixão, em vez da razão - e era o trovador e também o estorvador, era
o primado, feiticeiro, da noite sobre o dia. Vem «Liceu» de Apolo
Lício, o deus da Luz, o que defende, providente, os cordeiros, dos
lobos, dessarte, da iliteracia. Isso mesmo professa, ainda hoje,
Francisco Manuel de Matos Antunes Moreira - e tal prefere, figadal, o
Mago Merlin, de Tomar. Não é tíbio, por isso, o Café da «Sul-América»,
não é títere nem taful, nem da contracultura; será da Língua das Aves,
será, no canto e conto, uma Cultura de Encontros...........
AD MAJOREM DEI GLORIAM
PAULO JORGE BRITO E ABREU
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