Poesia, que me levas, já cansado,
Por lamacento vau, que o vento cobre,
Me leva ao Sol sidéreo e verde prado,
Até ao fim do mundo, que eu sou pobre.
Poesia, que me levas, tão dolente,
Por becos mais amaros, e sangrentos,
Me leva ao mar e Céu, que o Paulo sente
Finarem-se, tão flébeis, valimentos.
Poesia, que me levas, sempiterna,
Até ao violáceo, e negra Sorte,
Venha cedo o Azul e a cisterna,
Venha cedo, bem cedo, a verde Morte.
Vila Franca, 05/ 03/ 2005
COOPERATORES VERITATIS
PAULO JORGE BRITO E ABREU |