Amada Beatriz, que
em tua Sorte
Sofreste cá da mágoa o cruel gume,
Repousa lá no Céu, sem azedume,
E viva eu de saudades e de morte.
Se lá, no divo assento, onde és tu Norte,
Memória desta vida se presume,
Tu dá-nos, lá do Céu, teu vivo lume
E pede ao Pai que a dor, a pena corte.
E se vires que ali podes lembrar-te,
Amada Beatriz, no teu fulgor,
Dos filhos e dos netos por quem Marte
E Apolo e Vénus foram teu louvor,
Diz a Deus, diz a Deus, que Ele também parte
Quando parte uma esposa do Senhor.
Lisboa, 15/03/1992.
PAULO JORGE BRITO E ABREU
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