Eu sinto da velhice a mão inerte
Já sem forças de mais uma ilusão
Nem outra mão igual que a minha aperte
Ou chama que me esquente o coração…
E teimo em caminhar neste deserto
Deixando o meu rasto sobre as dunas
Enquanto sonho ainda um mar incerto
Que povoo de velas e de escunas!
Neste viver, constante naufragar
Desafiando vagas alterosas
Vai a história brutal de minha vida…
Porém sem o saber teimo em nadar
E vou dando braçadas vigorosas
Na raiva de viver por mim sentida!
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