Num sítio ameno
Cheio de rosas,
De brancos lírios,
Murtas viçosas;
Dos seus amores
Na companhia
Dirceu passava
Alegre o dia.
Em tom de graça
Ao terno amante
Manda Marília
Que toque, e cante.
Pega na lira,
Sem que a tempere,
A voz levanta,
E as cordas fere.
C'os doces pontos
A mão atina,
E a voz iguala
À voz divina.
Ela, que teve
De rir-se a idéia,
Nem move os olhos
De assombro cheia:
Então cupido
Aparecendo,
À Bela fala
Assim dizendo:
"Do teu amado
"A lira fias,
"Só porque dele
"Zombando rias?
"Quando num peito
"Assento faço,
"Do peito subo
"À língua, e braço.
"Nem creias que outro
"Estilo tome,
"Sendo eu o mestre,
"A ação teu nome."
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