Morreu sem um
critério rigoroso.
Não se poderá dizer
que tenha sido a lei da vida
ou a lei da morte
ou uma derradeira e
infinita
composição da
urgência.
Hoje morreu-lhe o
corpo, morreu porque assim
disseram os médicos,
porque assim
disse o seu pulso
frágil como o equilíbrio
da terra, e porque
agora é o tempo que o respira.
Hoje morreu-lhe o
corpo, repito em voz alta.
E isso é tudo o que,
da perspectiva da
nossa memória incompleta,
precisamos de saber.
in Instalação (a publicar em 2009) |
Tiago Nené, poeta e
tradutor, nasceu em Tavira em 29 de Março de 1982. É um dos poetas da
nova geração, tendo publicado em 2007 o poemário Versos Nus. Está
representado em diversas antologias, revistas literárias e jornais, com
destaque para Os Dias do Amor – um poema para cada dia do ano,
Jornal Mundo Universitário e Revista Big Ode.
Traduziu os seguinte s
livros de poesia: O Sítio Justo, de Rafael Camarasa, e Agência
do Medo, de Santiago Aguaded Landero, obras vencedoras, em 2008 e
2009 respectivamente, do Prémio Internacional Palavra Ibérica.
Em 2009 é esperado
Instalação, seu segundo livro de poemas. Advogado de profissão, é
co-fundador do Grupo Literário do Algarve: Texto-al. |