Escolho uma chave, mas
não entra pelo olho
da fechadura.
Escolho outra semelhante
que se ajusta no olho,
porém não faz giro algum.
Do chaveiro, tomo uma nova,
uma que dá voltas
apenas para um lado
– recordo os versos: a chave
que fecha tua porta
não é a mesma que a abre.
Provo uma mais, ao acaso, e
finalmente o verso gira:
abro as portas do poema.
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