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RAIMUNDO GADELHA....... |
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VOO SOBRE FOGO |
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Liberdade sob o sol |
Grandes cidades vivem dentro de mim,
sangüínea intimidade que de todo desconheço
E como todas as cidades, crescem desordenadamente
sempre em busca de vazão para este outro mundo aqui fora
Medo não tenho de minhas misteriosas e interiores cidades
Escolho uma delas,
Aquela mais distante e mais presente dentro de mim
Por ela deixo-me engolir
Por ela, leve, deixo-me levar
Logo vejo, bem no centro,
(talvez próximo do meu relógio-coração),
um mar de rostos sem referências
ondulando em todas as direções
Procuro um sinal (não vermelho), um detalhe, uma lembrança...
algo que, de alguma forma, me ligue a um deles
Nada emerge desse mar e tempo já não há
Depois sigo sem pressa por ruas, becos, guetos...
Lugares onde o cheiro forte, sombras e perigo
certamente poriam fim a essa inquietante rotina
Continuo o lúdico percurso, como se lúcido fosse
e encontro, dentro de mim, minha própria idealizada casa
Paredes caiadas, janelas em arco,
portas sempre escancaradas, cadeiras na calçada,
roupas penduradas no varal,
pés de pitanga e goiaba no quintal...
E ainda um pequeno rio enchendo meus olhos
ao vê-lo estirar-se incansável e belo
a meio caminho do inalcançável horizonte
Na sala, cela de encontros e lembranças,
a luz natural, cada vez mais, perde intensidade
e retratos desgastados pelo tempo
pedem para permanecer na penumbra
Caminho acompanhado de tímidas sombras
que me desfiguram nas paredes do corredor
e levam-me a uma ponte, uma ponte de vida
Devida divisa de mundos, a porta do quarto
A porta do quarto da casa que ainda não existe,
mas, sei, há muito vive dentro de mim
Tomate, cebola, alho, azeite, sal, vinho tinto,
açúcar, pimenta, noz moscada, manjericão...
Antes que eu ponha a mão no trinco,
da cozinha, espalha-se por toda a casa
o cheiro do molho amorosamente preparado...
Finalmente, toco o trinco da porta do quarto,
do quarto da casa que ainda não existe
E é lá que mora a amada que ainda não tenho,
mas que, também há muito, sei existir
Entro e o quarto apresenta-se grandiosamente vazio
Onde estaria a amada? Saiu, mas volta num instante?
Sem resposta, resta-me apenas esperar
Entre poucas réstias, esperar e sentir tudo em volta
No guarda-roupa ainda está contido
aquele vestido do último baile a que nunca fomos
Ver o cabide, sustentando com firmeza
a parte reservada aos teus delicados ombros,
deixa-me à parte, escombros de um passado
passado do outro lado dessa cidade ainda inexistente
Vou até à janela, imagino o fio de rio lá fora,
agora estirando-se belo e preguiçoso rumo ao horizonte...
Não quero, não desejo abrir sozinho essa janela
Fecho os olhos e, no quarto da casa da cidade ainda inexistente,
escuto a amada, que ainda não tenho, murmurar docemente:
Venha, arrebate-me daqui!...
Venha, arrebate-me para a liberdade sob o sol! |
Montanha e Pó |
Vidros embaçados pela chuva
são filtros redutores de formas e cores
Abro a janela e ao longe,
em tons de delicada aquarela,
ergue-se - imponente - a montanha
O vento revira papéis, assanha árvores...
e no espaço segue destilando melancolia
Mas, num repente, o pente do tempo,
desfiando um novo alento, trará um outro dia
E enquanto, no aparelho de som, chora um bandóneon,
cá dentro preso estou à visão da montanha lá fora
Sem saber por que, sinto-me parte dela,
alguém que, tendo partido, saudades tem
e, mesmo com o coração partido, às raízes se atem
No rosto, nas mãos, no resto do corpo
cicatrizes são meras evidências da excessiva exposição
Mas, além de sólida montanha, sinto-me também só, pó
Com essa estranha sensação de ser,
a um só tempo, montanha e pó,
que resistências terei que vencer?
E em que verdadeira residência, acolhido serei?
Ser rei de um momento, um espaço qualquer
existente entre a montanha e o pó...
Essa chance, algum dia, ainda merecerei?
Olho a montanha como se despedindo-me estivesse
e percebo que tudo à minha volta foi, cada vez mais,
ficando igual à outra metade do que sinto que sou
A antiga máquina de datilografar tem o pó,
silenciosamente, cobrindo todas as suas teclas
Quantos poemas nela não deixaram de ser escritos?
Quantas cartas de amor ainda perdidas
entre estes frios e empoeirados tipos?
O piano encerra tristes segredos musicais
enquanto amareladas partituras gritam inaudíveis réquiens...
Tudo sob o olhar severo da mulher presa na pintura
cuja textura parece sucumbir ao peso do tempo...
Em cada coisa, em cada canto, em cada detalhe
a inquietante sensação de dissolvência e efemeridade...
E sendo só, sem sossego, insistir
em si ter a resposta para a busca da essência...
essa razão de vida escondida em um reduto qualquer
do percurso que leva a montanha ao pó
Na sanha de ser o que busco, ainda não sou
Montanha e pó,
mesma matéria separada por um fio de tempo só
Mas, mesmo sabendo que ainda não sou,
sei da divina possibilidade de, na próxima esquina,
ter o absoluto de todo escancarado
Ser, ao mesmo tempo, plácido anjo, demônio resoluto
Luz e sombra,
eu mesmo esperando um de mim,
sopro o pó sobre esquecidos livros na estante
e no instante seguinte, mais uma vez, vislumbro a montanha...
Fecho a janela e com um enigmático sorriso no rosto
brinco de fazer desenhos no pó sobre a escrivaninha...
Vejo meus dedos sujos de pó...
Caminho até o espelho e procuro-te em meu próprio rosto
Nada encontro
Não és montanha, não és pó
És deslavada imagem de desencontro
És lembrança, lembrança só. |
Oásis |
O destino, mais uma vez, estala seu chicote
e para sempre instala a certeza:
Não existe verdadeiro oásis
no deserto que decerto sei que sou
Soam falsas as poucas e ocas palavras
Mirram as imagens como se miragens fossem
Balsas já não há para a travessia
O sonho despencou em infindável fosso
Alastra-se a sensação de vazio,
pois, por mais intenso, tardio foi o querer
Lentamente e sem resistência,
exaure-se a almejada Liberdade sob o sol
Sobra silenciosa ária, árida existência
Por entre as cortinas em leve agito,
passa um suave raio de luz,
surdo grito enquanto tudo se dilui
Sobre o mesmo velho piano, cela de segredos musicais,
pó e porta-retratos evidenciando que nada mudou
ainda que tamanha tenha sido a vontade
Lá fora, além dos limites da cidade,
a imponente montanha em permanente vigília...
Mesmo sentindo-me parte dessa longínqua montanha,
cá estou, ainda resido no mesmo lugar
E triste é constatar que, após tanto tempo,
nem resíduo restou do sonho maior
Na cidade a alma perde referências e endereço
Invisível e impune, desconhece privacidade
e no ermo mergulha buscando um novo recomeço
No alto, em rápida passagem,
estrelas riscam no firmamento indecifráveis mensagens
O sentimento de Liberdade sob o sol
escondeu-se, seguro, em qualquer ponto do ontem
Aviões continuam singrando os ares
Espanto não haveria se, no denso azul,
brancas nuvens sangrando dançassem
ao som daquele mesmo antigo bandóneon
Nem o sol que arde nesta tarde de domingo
dissipa esta sensação de frio e solidão
Nas ruas desertas, o vento revira e conduz ao léu
folhas secas e papéis com antigos escritos...
Sob o céu proscrito está o sentimento de Liberdade sob o sol
É certo, não mais importam Montanha e pó
E não há, longe ou perto, o sonhado Oásis,
só uma miragem cavalgando, sem rumo, em delicada aragem.
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Cansaço |
Pesa a sensação de que, de repente,
tudo passou a me ocupar em excesso
Enquanto peço - nem sei a quem -
que mais rápido passe o tempo,
tenho meu próprio corpo imerso
em um imenso acúmulo de coisas
Algumas eu uso com freqüência
De outras raramente me servi
mas sempre me vi cercado por elas
e muitas nem sei por que estão aqui...
Ocupado com essa questão, triste constato:
nada do que faço tem a força de satisfazer
Entre o piso e o teto desse espaço,
preso ao completo peso da ausência,
busco no falso riso um escudo mas,
sem clemência, instala-se o cansaço
E já não importa, sobre o pó do velho piano,
o porta-retrato com a fotografia
de um ser não inteiramente revelado
Na nostalgia as horas parecem não ter pressa
Cartas, bilhetes, paredes, desvãos...
A silenciosa solidão em tudo se expressa...
Penso, então, em caminhar até a janela,
fechar os olhos e sentir o denso azul do céu,
deixando ao léu estas tênues réstias de desejo...
Mas vejo que apenas me resta esperar que,
como as brancas nuvens, tudo brandamente passe
Não há mais impasse, apenas vontade também não há
A verdade é que não faz sentido tentar ver o lá fora
diferente de tudo o que, aqui, agora sinto
Com o sonho suspenso, dispenso desculpas e perdões
Recolho-me reconhecendo minhas culpas, meus senões
E no ensejo, após diluído o sonho,
doído vejo a janela apenas como mera possibilidade
Até por que, dissipada a ânsia,
mesmo à distância é fácil compreender
que em cada olhar, em cada gesto
somos responsáveis pelo que acontece
E enquanto no sono se busca refúgio
o tempo, implacável, a morte tece.
No corpo o peso, o cansaço que a alma merece. |
Desperdício |
Após todos os riscos e sacrifícios, claro fica:
os sonhos mais caros são pássaros ariscos
Por um instante, arriscam chegar perto...
Logo levantam vôo e no distante se perdem
É certo, sacrifícios são filhos da emoção
Desgarrados no mundo, são órfãos da razão
Vêem do ventre, vontade de ter
Vivem e alimentam-se do vício do querer
Para seus senhores, e também seus reféns,
sempre geram prazeres e temores
no infindável embate em que nada nunca satisfaz
Pois o querer ter e ser sempre mais
nos faz ver e nos ater a miragens,
imagens que escondem armadilhas
Suas misteriosas trilhas são,
a um tempo só, minaretes e perdição
Delas emanam suaves sonhos de nuvens, vento, mares...
lugares até mesmo de mapas desprovidos
Nelas os sentidos se misturam e confundidos são
No ar, um delicado cheiro de romã
(onde o prodigioso quintal?)
Cartas e bilhetes rasgados são conduzidos,
silenciosamente, por uma brisa miúda...
decerto esse gosto amargo na boca
combina com a ausência de vontade
de lançar um último olhar à foto sobre o piano
Fecho os olhos, tateio a velha máquina de datilografar
A sensação de inutilidade me acerta em cheio
O que valeu a pena foi apenas pelo que hoje me permite ver
Sem receio, é inteiramente possível dizer:
O vício do sacrifício sem que nada construído seja
somente enseja a certeza do desperdício
Ainda assim, mesmo após o cansaço
O que faço é buscar a felicidade,
Não importando onde ela esteja...
Contudo, e em por tudo espalhado,
espelha-se naturalmente em meu rosto a resignação
fazendo desansiosamente concluir:
sempre vivendo entre o paraíso e o precipício,
amiúde, com meus próprios anjos e demônios, fiz o que pude
Quis e, em momentos fugazes, quase fui feliz
Mas sempre o castigo pago por uma mera questão de tempo
O sorriso de hoje, amanhã será ruga ou mesmo cicatriz
O que emocionado agora se diz, logo voa, passa como nuvens
Vale, talvez, em um outro país
E toda essa enorme tristeza vem da constatação do vício
De, em vez de homem e mulher, insistirmos em ser ator e atriz
Neste ato, o reduto do inexpugnável desperdício. |
Desencanto |
Houve o tempo do sonho de liberdade sob o sol
Nele claro estava que o amor, de tão intenso,
duraria até a montanha transformar-se em pó
Tão pouco se passou e cá estou, essencialmente só...
Só, em meio à tempestade deste desconhecido deserto,
onde, vinda com o vento, diz uma voz que, do sonho,
a realidade é o mais implacável algoz
Ainda assim, decerto movido pelo que em nós há de melhor,
acreditei que aqui, bem perto, encontraria o oásis...
Mais uma quimera, posto que o que hoje me é imposto
é o oposto de tudo o que eu sempre quisera...
Na mera retórica, fáceis são a vida, o amor o convívio...
Mas o mundo real não faz gratuitas concessões
Nele difícil é o espaço ou o reduto para o necessário alívio...
Noite e dia, luto, mas, quase absoluto, enraiza-se o cansaço
Cansaço que, passo a passo, me faz ver que, na sala do tempo,
a vida segue servindo de palco para pequenas e grandes mentiras
E o que se foi, o desejo de ainda ser... tudo rasgado em tiras,
tristes alegorias que, em suave e silencioso agito, acenam adeus
Já não existe presente, o futuro se desfaz...
Para trás, sem mapas ou sinais, ficam estradas vicinais,
veias que se alastram e se perdem no próprio corpo
e o pouco que deixam são os rastros do injustificado desperdício
Mas na perda, sentido não há, apenas um profundo pesar
que se espalha silenciosamente por cada ponto, por cada canto...
até que, imenso e definitivo, se instala o desencanto. |
Voo sobre fogo |
Poemas são pássaros,
palavras, passo a passo, à disposição do acaso
ou desvelando indesejáveis verdades
Sem alarde - silencioso sofrimento -
passam no fim de tarde - sílabas de poente solidão -
aquarelando saudades nunca imaginadas...
Destino já não há, apenas um eterno seguir
Seguir em busca da idealizada liberdade sob o sol
E não importa o tempo, entregue ao vento,
o intento só perderá seu alento
quando a montanha transformar-se em pó
Estes pássaros-poemas, voando a esmo neste espaço,
são refrações, significâncias pouco traduzíveis...
Letras que se desprendem de uma triste história
e despencam nesta cinza tarde de inverno
A memória traz quadros de onde fogem figuras
e o que permanece são vazias e inquietantes molduras
Estes pássaros, em meio a tantas tormentas,
já não acreditam ser possível encontrar o oásis
O verdadeiro porto-seguro é o invisível vôo,
pois o futuro - olhos fechados - tropeça em coisas e pessoas
O cansaço é mais uma peça pregada pelo destino
E por mais que precisem e tentem, regresso já não,
Pois - nas nuvens - apagadas foram todas as pegadas
Por entre as últimas réstias do sol,
aos pássaros só resta alçar mais um vôo pelos desvãos do céu
Mas com eles também pesadamente vão
a certeza de desperdício e o completo desencanto
Não tem talvez: estes pássaros-poemas sou eu mesmo,
Mergulhando, sem qualquer preocupação com a volta,
profundamente no dilema da vez. |
Caverna |
Antes de entrar, mesmo ofuscado pela luz do sol,
fixo o olhar na palma da mão e pergunto:
se fosse possível nela ver o futuro
o napalm poderia ter sido evitado?
Fecho os olhos e vejo, nos céus de um mundo em guerra,
pássaros aflitos em vôo sobre fogo...
Em terra, crianças nuas e queimadas
correm a dor e o desespero de não ter aonde ir
A paz do passado jaz à inalcançável distância
O presente se desfaz em chamas
Ruíram as pontes para o futuro
As fontes de esperança são, agora,
escuro e desconhecido fosso
O mundo, como se um filme fosse,
em mais uma trama exibe o drama do apocalipse
A caverna é princípio e eclipse do sentimento...
Em seu interior, homem recluso, me recuso
a ser parte do homem que me ensinaram ser
Parto de mim mesmo sem ir a parte alguma
Dispo-me da lógica, despeço-me da razão
Puro instinto animal, vivo apenas o que sinto ser essencial
Como, então, a tudo isso assistindo
pretender a liberdade sob o sol?
A caverna é a caserna de convenientes verdades,
E é lá, abrigo e idealizado lar, onde se tece e queda-se o sonho
É lá - poço de mistérios e conflitos -
onde se contorce a alma e quebra-se a esperança
Pois o lar, em qualquer lugar, é quase sempre suposto oásis,
ilusório porto-seguro, ponto de fuga para o inatingível
E de cada canto surge, assustadoramente,
a sensação de cansaço e completo desencanto
Pois na montanha, seio da terra,
sei que tudo o que foi tentado,
tudo o que, durante tanto tempo, foi feito
redundou em desperdício, desperdício só...
Cá dentro, não mais a vontade de contemplar a montanha por fora
Só essa estranha sensação de que não mais importa o lá fora
Todas as portas agora estão fechadas
Coisas, pessoas e lembranças se fragmentam
como a memória das fachadas de antigas e abandonadas casas...
Tal um verso nunca escrito, definham no sumidouro das horas
Necessário se faz no tempo o regresso
para, no devido tempo, ter da vida o recomeço
e, quem sabe, lá na frente o resgate do sonho disperso
A caverna, útero da montanha, mais que abrigo
é liberdade que prescinde de espaço maior
Refaço a expressão, cerro os punhos e os olhos
e tenho a impressão de que é chegado o momento
E eis que, no silêncio e no aconchegante escuro,
encolho-me e entrego-me ao pleno esquecimento...
O futuro, o renascimento... tudo talvez presente esteja
nas palmas de outras mãos. |
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Raimundo Gadelha é formado em Publicidade e em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará, com especialização na Universidade de Sophia, em Tóquio, Japão, onde viveu durante três anos, depois de ter estudado em Nova York. Poeta e fotógrafo, sua obra percorre o romance e a poesia, geralmente associada à Fotografia. Trabalhou durante três anos como editor da Aliança Cultural Brasil-Japão e, em 1994, fundou a Escrituras Editora. É autor de diversos livros, entre eles: Tereza, perdida, Tereza (contos, 1978), Colagem Trágica (poemas, 1980), Este circo tem futuro (Teatro, 1982) e Cristal (CD de Música Popular Brasileira, gravado em parceria com Cláudio Vespar, 1984), Um estreito chamado horizonte (1992), que o transformou no primeiro brasileiro a escrever em Tanka, a forma poética mais tradicional do Japão, Em algum lugar dentro de você mesmo (poesia, 1994, português-japonês), Brasil Retratos Poéticos 1 (fotografia/poesia, 1996, 7a edição), Para não esqueceres dos seres que somos (poesia, 1998, CD com participações especiais de Chico César, Marisa Orth, Celso Viáfora e Ná Ozzetti), Brasil Retratos Poéticos 2 (fotografia/poesia, 2001, 3a edição), Histórias do olhar (contos, 2003, com outros autores), Brasil Retratos Poéticos 3 (fotografia/poesia, 2003, 2a edição), Brasil Natureza e Poesia (fotografia/poesia, 2004), Vida útil do tempo (poesia, 2004), Brasil - Livro e Postais (fotografia, 2005) e Em algum lugar do horizonte (romance, 2000), publicado em 2007 na Grécia e no México. Em 2007, Raimundo Gadelha assumiu o controle acionário e administrativo da Arte Paubrasil (www.artepaubrasil.com.br), uma das mais reconhecidas livrarias virtuais do País. |
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