Por vezes um abalo telúrico
Corre-me pelo sangue
É como se Beethoven cavalgasse
Pelos bosques, tocando nas
Cordas dos canaviais
Pressinto que algo está para acontecer
Algo de maravilhoso
E fecho os olhos
Como quem lava o rosto
cansado dos dias
Nos cabelos das ciganas há sinais
Estranhos
e os olores dos seus
Segredos rolam, rodopiam
Pelas campinas
Um trote de cavalos, muito antigo,
Ouve-se dentro do crepúsculo
Ainda molhado
De verão
Com os cotovelos sobre o peitoril
Do silêncio, encontro-me
visitado
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