Eu bato à porta dos homens
Com mãos molhadas de luz,
Eu marco a dimensão das estradas
Dando-lhe novos rumos,
Uma janela abrindo-se, de súbito,
Ou uma ponte de vento
Seguindo o limite das aves...
Ainda antes da madrugada,
Eu invento o dia, cada novo dia:
As casas, os grandes desertos, as
Crianças à volta da estátua, sua
delirante magia, a mulher dos peitos
magníficos,a semente
que traz em si a semente.
Entre o fim e o princípio
Eu invento o fogo que dá vida
à floresta encantada,
eu ofereço uma língua à mudez das coisas,
um timbre de ouro ou cristal
eu sou um clarão,
- um relâmpago na noite do nada |