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:::::::::::::::::::::LUÍS COSTA:::::::::::: |
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ARQUEOLOGIA INVIOLÁVEL
PELOS BOSQUES DE ZUESCHEN
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REFLEXÃO NO BOSQUE
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Não acredito em ti,
homem das porcelanas caras,
queixo sebastianino,
barba bem-feita, orelha fina
gravata bem alinhada,
fato domingueiro,
e no Freizeit camisa de linho
e Jeans caras
Não!
Não acredito em ti!
Descobri-te os sentidos
Duplicados,
escondidos nas ruelas podres
de crepúsculo.
Usas palavras caras,
de duas caras
(Retórica ciceroniana)
quase episcopais,
pequenos cordeiros de Deus,
brancos,
branquinhos
branquíssimos
Eu conheço-te bem.
És o lobo iluminado,
trazes um nimbo na calvície,
amante de gays e vedetas
da praça pública,
criador de fundações de caridade,
sim és caridoso,
um anjo de nariz fino,
gostas de passar as mãos bem aneladas
pelos rostos
Das crianças e dos velhinhos,
Por vezes até choras;
E quando falas,
o mundo abre a boca,
entusiasmado.
És um Star,
Stupor mundi !
És católico de qualidade,
quando o deves ser,
E muçulmano
Quando cheira a chita
e também amas o Budismo
e meditas com o Dalai-Lama.
A tua carteira é pesada
Como pau de marmeleiro,
Ah!
bela pele de crocodilo,
Bem tratada,
Ou cobra- cascavel
Para uso universal
Por trás do teu rosto
Há sempre uma planície enevoada,
Tarde de Alcácer-Quibir ao pôr-do-sol,
Rei ao fundo das sombras,
Coroado de açucenas
E malmequeres,
Doutor Honoris Causa,
Futuro Nobel,
Certamente,
E palmas,
muitas palmas
E prodigiosos sorrisos,
Sorrisos pepsodent.
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Luís Costa nasce a 17 de Abril de 1964 em Carregal do Sal, distrito de Viseu. É aí que passa a maior parte da sua juventude. Com a idade de 7 anos tem o seu primeiro contacto com a poesia, por meio de Antero de quental, poeta/ filósofo, pelo qual nutre um amor de irmão espiritual. A partir dai não mais parou de escrever.
Depois de passar três anos num internato católico, em Viseu, desencantado com a vida e com o sistema de ensino, resolve abandonar o liceu. No entanto nunca abandona o estudo. Aprende autodidacticamente o Alemão, aprofunda os seus conhecimentos de Francês, bem como alguns princípios da língua latina. Lê, lê sem descanso: os surrealistas, a Geração de 27, Mário de Sá-Carneiro, Beckett, E. M. Cioran, Krolow, Homero, Goethe, Hölderlin, Schiller, Cesariny, Kafke e por aí adiante. Dedica-se também, ferverosamente, ao estudo da filosofia, mas uma filosofia viva. Lê os clássicos, mas ama, sobretudo, o poeta/ filósofo Nietzsche, o qual lera pela primeira vez com a idade de 16 anos : "A Origem da Tragédia" e o existencialista Karl Jaspers.
Mais tarde abandona Portugal rumo à Alemanha, pais onde se encontra hoje radicado. |
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