Não digas nada.
Cala.
deixa o silêncio da luz entrar em nós,
aconchegar-se em nossos peitos.
Longos carvalhos,
longas faias,
cicios por entre rochas....
Aqui encontramos o nosso recanto,
a matriz,
forte e pura,
que, de novo, se acorda em nós,
um relâmpago ,
o desejo do fogo,
uma grande foz...
Vê! Vê!
O mundo é um anel,
Uma aliança...
Com ou sem nós o riacho corre,
mas é tão bom vê-lo correr!
Ó brisa do norte!
Orfeu já canta!
Vamos!
Sigamos,
lado a lado,
Pelos atalhos verdejantes;
montanha acima,
sigamos
até ao seu pico
Aí, seremos herdeiros de Dioniso:
Evoé! Evoé!
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Luís Costa nasce a 17 de Abril de 1964 em Carregal do Sal, distrito de Viseu. É aí que passa a maior parte da sua juventude. Com a idade de 7 anos tem o seu primeiro contacto com a poesia, por meio de Antero de quental, poeta/ filósofo, pelo qual nutre um amor de irmão espiritual. A partir dai não mais parou de escrever.
Depois de passar três anos num internato católico, em Viseu, desencantado com a vida e com o sistema de ensino, resolve abandonar o liceu. No entanto nunca abandona o estudo. Aprende autodidacticamente o Alemão, aprofunda os seus conhecimentos de Francês, bem como alguns princípios da língua latina. Lê, lê sem descanso: os surrealistas, a Geração de 27, Mário de Sá-Carneiro, Beckett, E. M. Cioran, Krolow, Homero, Goethe, Hölderlin, Schiller, Cesariny, Kafke e por aí adiante. Dedica-se também, ferverosamente, ao estudo da filosofia, mas uma filosofia viva. Lê os clássicos, mas ama, sobretudo, o poeta/ filósofo Nietzsche, o qual lera pela primeira vez com a idade de 16 anos : "A Origem da Tragédia" e o existencialista Karl Jaspers.
Mais tarde abandona Portugal rumo à Alemanha, pais onde se encontra hoje radicado. |