:::::::::::::::::::::LUÍS COSTA::::::::::::

ARQUEOLOGIA INVIOLÁVEL
PELOS BOSQUES DE ZUESCHEN

CÉSAR VALLEJO

Hay Golpes em la vida , tan fuertes… Yo no sé!
Golpes como ele odio de Dios; 
Los Heraldos Negros

Esta tarde chove, chove como já

Há muito não chovia

Já não há nada, já não há nada

Que ainda me satisfaça

 

As faias ocultam-se entre a

Febre dos machados

O gato Benito dorme, desassossegado,

No meu colo

 

César Vallejo grita-me, lá de longe,

Do fundo dos rios peruanos:

Hay Golpes en la vida tan fuertes...

Yo no sé!

 

Que é feito do amor? Daquele amor

Eluardiano que nos aquecia as entranhas ?

Que é feito das palmeiras e

Das madressilvas?

 

Hay golpes en la vida tan fuertes...

Yo no sé!

Ah! como as pedras dos dias se

desfazem, uma a uma, em fumo!

 

E os móveis tornam-se virulentos,

E os livros – tão amados ! – cegam-me.

Há um engarrafamento dantesco

no céu das almas puras.

 

Sim... de facto, há dias... dias que

Lembram os potros de Átila

Dias em que a ira de Deus

Se abate sobre nós

Luís Costa nasce a 17 de Abril de 1964 em Carregal do Sal, distrito de Viseu. É aí que passa a maior parte da sua juventude. Com a idade de 7 anos tem o seu primeiro contacto com a poesia, por meio de  Antero de quental, poeta/ filósofo, pelo qual nutre um amor de irmão espiritual. A partir dai não mais parou de escrever.

Depois de passar três anos  num internato católico, em Viseu, desencantado com a vida e com o sistema de ensino, resolve abandonar o liceu. No entanto nunca abandona o estudo.  Aprende autodidacticamente o Alemão, aprofunda os seus conhecimentos de Francês, bem como alguns princípios da língua latina. Lê, lê sem descanso: os surrealistas, a Geração de 27, Mário de Sá-Carneiro, Beckett, E. M. Cioran, Krolow, Homero, Goethe, Hölderlin, Schiller, Cesariny, Kafke e por aí adiante. Dedica-se também, ferverosamente, ao estudo da filosofia, mas uma filosofia viva. Lê os clássicos, mas ama, sobretudo, o poeta/ filósofo Nietzsche, o qual lera pela primeira vez com a idade de 16 anos : "A Origem da Tragédia" e o existencialista Karl Jaspers.

Mais tarde abandona Portugal rumo à Alemanha, pais onde se encontra hoje radicado.