Que estranha fantasia!
Comprei rosas encarnadas
às molhadas
dum vermelho estridente,
tão rubras como a febre que eu trazia...
- E vim deitá-las contente
na minha cama vazia!
Toda a noite me piquei
nos seus agudos espinhos!
E toda a noite as beijei
em desalinhos...
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A janela toda aberta
meu quarto encheu de luar...
- Na roupa branca de linho,
as rosas,
são corações a sangrar...
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Morrem as rosas desfolhadas...
Matei-as!
Apertadas
às mãos-cheias!
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Alvorada!
Alvorada!
Veio despertar-me!
Vem acordar-me!
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Eu vou morrer...
E não consigo desprender
dos meus desejos,
as rosas encarnadas,
que morrem esfarrapadas,
na fúria dos meus beijos!
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