São trapos e são ourelas,
tiras, farrapos, fazenda
– entremeados de cor.
Do que não presta a ilusão se faz.
São as norças, distensões
em sulcos de pano, veias,
como na terra se traçam
com charruas, são aivecas
na humildade das mantas.
Por discrição as fibras se distinguem.
Modelo de paz aos pés,
conforto da lã aos ombros,
segredos são poupança nos alforges.
Lençol de cama à sesta, alentejana,
também é tenda a encobrir geadas,
dorso de besta, a capa dos ciganos.
Mantas de lã e trapos, em família,
a urdidura é espessa, utilitária,
silenciosa, é feita para os tapetes,
ardente e despojada nas paredes.
Estes os panos de entrançadas cores
do Alentejo – uma ironia à solta. |