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Carlos Garcia de Castro


PARA AS PELES E OS COUROS

Erecto e suportado, eis o silêncio
do homem que lá está – nos horizontes,
medida feita ao prumo do cajado.

À sua volta, os pastos e as ovelhas,
as linhas dos chaparros mais os bácoros.
Que a vida dão às lãs, outras cortiças,
com suas peles e pelico aos ombros,
do atanado às botas e aos safões.
Ao tiracolo um corno que é de azeite,
mais os coentros duma açorda breve
no tarro que Ela encheu, com azeitonas.
– Colher de lata, um garfo de três dentes.

E o descoberto, o homem corporal,
no Alentejo é posto e está vestido,
suspenso do cajado e dos farroupos,
às lãs do gado manso no Inverno.
De curtimenta, toda a vida as peles
– tisnados couros no suão dos ventos.

Depois se lança aos dorsos companheiros
dos animais que ajudam com mais força
as réstias dos cabrestos e arreios,
as cilhas do conforto, as selas hábeis,
rédeas de tiro e tranças de puxante.

De curtimenta, toda a vida os couros,
por mais-valia do deitar das peles.