::::::::::::::::::::::C. RONALD:::::::

Antologia de Poemas

REGATOS
Como posso organizar minha agonia? Pão pela metade soando justo na mão do pobre. No fio da cimitarra a areia fica com o sangue judeu. E sou metade judeu, a outra parte não condiz com as sílabas metálicas de uma lua acima da idéia que Cristo lembrou.

Noite sem movimento. O cativeiro permanece ao lado da bravura em que há bichos luminosos nas roldanas do parque. Há o nascimento perturbado do outono e as árvores fogosas descontentam os ventos que parecem leves para os figurantes da ópera da aldeia. Longas madeixas incendiadas das matutas arqueadas sobre as lages do riacho, esfregando a morte.

Ah, barrigudas na devolução deviam causar fumaça em cada sombra árida ou sulco no barro, misturando moral e língua fora da boca.

Eram tantos os nascimentos...

 

(in Caro Rimbaud, 2006) (b)