Recebendo o presente dos amigos, começo
uma idade nova sem mudar os hábitos.
Eu, animal ainda não notado na natureza.
Pronunciem um nome que a identidade se apresenta.
Não é um local apropriado para a alma
a realidade que os adultos inventam.
Qualquer lugar deste país, embrutece.
As aves choram o vermelho da terra esfolada.
Ah, regato perfeito, a voz humana
só é percebida depois de perdidas as palavras.
A sordidez é toda a História e ali
qualquer lembrança pode ser rival dos sentidos.
De certo há muita coisa a nos integrar.
Uma bela italiana a nos servir.
A alma rústica não sabe o que é pensar
antes que nos roubem, rápido, sua essência.
No cardápio o avesso foi escrito por alguém:
“Temos que comer o que nos é dado olhar”.
(in A Cadeira de Édipo, 1993) (a)