Outrora versou sobre a paixão grega,
outrossim indago: ¿e o amor?
esse monumento a nascer do coração,
de um raríssimo dizer sumério
como há de ser raro um canto rubro
em meio a mil milênios —
indago-te, então:
¿tornara à mão a taça —
da vulva, tornara o vinho?
pois inexiste aquilo que não seja carne
e fulgor algures —
houvera amor? essa antinomia grega:
amar-amaro — esse adorno do impossível;
doar-se ao sol, sublime salto;
de céus em céus: a simbiose de nós —
daimon, jinni, ângelus...
indago-te, por fim: amor, houvera?
¿faltara ao destino?
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