É aconselhável manter
a luz da lamparina
com azeite e ciência.
Mas as palavras invisíveis
aos sonhos chegaram no horário
em que a noite cega quem está desperto.
E, quantas vezes, se fala à noite…
dá-se um recado,
pede-se um desejo,
inventam-se memórias
e, outras tantas conjunturas
que tornamos reais.
E, irreais somos
ao duplicarmo-nos em seres de fumo
que escravizamos com as nossas
vontades.
E, no fundo, sabemos que a mensagem
vai,
A quem a espera.
—O pombal sempre esvazia a manhã.
***
O céu
e as nuvens brincam
ao esconde-esconde
e de invisibilidade em invisibilidade
até que finda a contagem
surgem aos risos
e tontas
e loucas
— tateiam
à procura do céu.
***
A pintura a óleo iniciada
no sorriso, no olhar, no nariz,
— inacabada brilho— no rosto.
Além, onde o sol disseca o húmus dos
oásis
estão as formas das linhas,
quase perto das mãos, da espátula, do
fio de linho
do pó…
vertigens.
Ana Maria Fernandes .
05.09.2014
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