I
Sei-vos distantes e não é dos metros que o mar tem
É da medida da memória que tão curta é, que pequena se torna para algumas lembranças.
Memória que nos atraiçoa que nos cega com letras em brasa em vez de flores.
As caminhadas são iguais como as estações do ano!
Voltam com início meio e fim e voltam, outra vez, sempre!
É a distância que o meio tem do principio ao fim que não encontro nestas memórias.
II
Sinto a garganta que me arde e não é de súplica de paixão ou de fado.
É o abismo de ecos que se esmurram nas paredes do gargalo do esófago .
Todas querem sair ao mesmo tempo evitando o filtro e a língua.
Desencadeando faíscas, queimam!
Tenho o corpo fraco de tanto vos carregar de vos ir buscar nessa distância.
Distância.
Que me leva às palavras e as palavras à leitura e a leitura à combustão na garganta.
III
Devo adormecer os dedos ou comê-los mas eles passariam
nas cordas vocais, tocando-as e nova combustão acontecia….
Nada mais fica que fogo na garganta e o meio na distância.
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