PAULO JORGE BRITO E ABREU
«O homem está condenado a ser livre.» Jean-Paul Sartre
Ó meiga «communard», Amiga e companheira,
Tu foste, Liberdade, o meu lema e emblema,
Se vai, só para ti, a salva verdadeira,
Pra ti a «Soledad», pra ti o meu poema.
Eu tenho, em minha mão, teu seio pequenino,
Rotundo como o lai, redondo como um ovo,
Por isso pra ti vai, vasconço e paladino,
A lis e o laurel da Esp’rança e mundo novo.
Pra ti o lavorar, pra ti a lavareda,
Amiga e alumbrada, Amiga de ABC,
E as alas, meu Amor, as armas na alameda,
A Lira de quem canta e a letra de quem lê.
Existes a trinar minha Musa alvinitente,
Existes a loar, e Liberdade é teu nome,
Enquanto aqui houver um só dolente e doente,
Enquanto em plaga houver uma criança com fome.
Ó Santa «communard», «du peuple» Imperatriz,
A galope e a galope as Maias, em tropel,
Que em lume e Saint-Bernard, em Montmartre e em Paris,
Sou alvo e me alcandoro em Louise Michel.
Por isso, Virgem rubra, em leiva-Leonardo,
Quisera, em alvaiade, ser o teu lavrador,
Numa alva de alabastro eu ser o teu Abelardo,
Heloísa, Michel, Luísa, meu Amor.
Que Luz, 07/ 04/ 2021
AMOR OMNIA VINCIT
PAULO JORGE BRITO E ABREU
EXTRATEXTO