OBSERVATÓRIO DA NATUREZA
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AVES OBSERVÁVEIS EM BRITIANDE E ARREDORES |
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Hoje em dia diversas espécies de aves estão ameaçadas de extinção global, e muitas outras não ameaçadas encontram-se em declínio. Entre estas, estão várias espécies de Galiformes, como é o caso da Perdiz-cinzenta (Perdix perdix), uma ave distribuída pela Europa, que no passado século sofreu um sério declínio em muitas regiões, sobretudo devido à intensificação agrícola. Registos históricos da Charrela em Portugal até à sua extinção Em Portugal, noutros tempos, a Charrela era o Galiforme das terras altas, contrastando com a distribuição da Perdiz-vermelha (Alectoris rufa). Segundo as referências de Bocage (1896), Seabra (1910), Tait (1924) e Reis Júnior (1931), esta espécie distribuía-se pelo Norte de Portugal, provavelmente com elevada abundância, desde a Serra do Gerês até à Serra de Montesinho, descendo até à Serra do Marão e passando mesmo a sul do Douro, junto a Tarouca. Os últimos registos de observações da ave no Parque Nacional remontam aos anos 50. Mais recentemente ter-se-á extinto numa já pequena área fronteiriça do Parque Natural de Montesinho. Esta área do Parque Natural transmontano continua a ser referenciada como a zona de Portugal onde ainda ocorre a Perdiz-cinzenta, mas de facto os trabalhos de campo nos anos 70 e 80 do último século, para a realização do Atlas de Aves Nacional e os trabalhos nos anos 90 para a realização do Atlas das Aves de Montesinho, assim como os correntes trabalhos para o Novo Atlas das Aves, não trazem qualquer registo de presença da Charrela. Diz-se, no entanto, que quando os montes de Sanábria estão cobertos de neve e o alimento escasseia, as Charrelas que ocupam estas zonas espanholas poderão descer às Serras de Montesinho. Distribuição actual e situação das populações mais próximas de Portugal Actualmente, nos Pirinéus franceses esta subespécie ocupa uma área de 9.216 km2. Em Espanha, além dos Pirinéus (6.279 Km2), ela encontra-se no Sistema Ibérico (636 km2) e na Cordilheira Cantábrica (12.453 km2). Aqui, a sua distribuição adjacente ao Parque Natural de Montesinho torna ainda possível, apesar de pouco provável, a observação destas perdizes em território nacional. |
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